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7 AutoData | Março 2024 Arquivo EXEMPLO É assinada por José Fucs muito interessante reportagem na edição de 10 de fevereiro, um domingo, d’O Estado de S. Paulo. Contou como é que “após quarenta anos de guerra e do fracasso da economia planificada o Vietnã segue trilha chinesa e reduz em 98% número dos que vivem na miséria”. Recomendo a leitura, mesmo que atrasada. Começa lembrando diretriz extrema do líder Ho Chi Minh de 1944 e 1945, período em que 2 milhões de vietnamitas morreram de fome: “A cada dez dias todos os nossos compatriotas devem jejuar por uma refeição, e a cada mês, por três refeições, e dar o arroz poupado aos pobres”. Ho liderou os vietnamitas em guerras de libertação contra japoneses, franceses e estadunidenses e venceu a todos os invasores. EXEMPLO 2 Mas o que interessa contar é que de certa forma e à sua própria custa o Vietnã de hoje – que pode vir a ser a Coreia do Sul de amanhã – conseguiu reduzir em 98% o número de pessoas vivendo com menos de US$ 2,15 por dia desde 2017. Conseguiu reduzir, em 34 anos, as 52 mortes para cada 1 mil nascimentos para 21 mortes para cada 1 mil nascimentos. Conseguiu inserir 79% da sua população de mulheres de 15 a 64 anos no mercado de trabalho – o maior índice da OCDE logo depois de Islândia, Suécia e Suíça. Mais: o PIB do Vietnã cresceu, em média, 6,7% ao ano de 1990 a 2022, três vezes mais do que o do Brasil e 2,3 vezes mais do que a média mundial. SERÁ QUE? Acredito que vale a pena nos debruçarmos sobre pesquisa desenvolvida em conjunto pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e pela alemã Fundação Rosa Luxemburgo: conclui que, no caso da crise climática, carro elétrico e mercado de carbono são falsas soluções. Uma síntese foi publicada pelo JC Notícias, do Jornal da Ciência, mantido pela SBPC, a respeitável Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, na sua edição de quinta-feira, 14 de março (leia em www.jornaldaciencia.org. br). É o seguinte o primeiro parágrafo do texto: “Tal e qual o conceito ‘desenvolvimento sustentável’ – divulgado pela primeira vez em 1972 durante a Conferência de Estocolmo, da ONU –, a expressão ‘transição energética’ transformou-se numa panaceia híbrida de sentidos que governos, corporações, grupos ambientalistas e conglomerados de mídia usam para resumir a complexa crise ambiental pela qual passamos e da qual a mudança no clima do planeta é uma das faces mais mencionadas. A solução, assim, também exige um esforço muito mais heterogêneo e profundo do que ‘apenas’ mudar o perfil energético do planeta, fundamentado na queima de combustíveis fósseis que emitem gases causadores do efeito estufa, transformam tempestades e furacões em fenômenos corriqueiros e fazem os termômetros variarem em velocidades nunca antes observadas”.

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