64 Fevereiro 2024 | AutoData CARREIRA » ROBERTO LEONCINI te, como o lançamento do novo Actros, adoção de sistema de segurança ativa nos ônibus e a aposta no lançamento do chassi 100% elétrico. Também participei das discussões para trazer investimentos de R$ 2,4 bilhões e tornar a fábrica uma indústria 4.0. Tive bastante espaço para fazer muita coisa”. Novamente invocando predicado atribuído aos escorpianos, a capacidade de transformação, Leoncini ajudou na provocação e na seleção do slogan que se transformou bordão da marca: “As estradas falam e a Mercedes-Benz ouve”. A frase reverberou pelo País e trouxe mudanças permanentes. FORMAÇÃO Graduado em engenharia mecânica pela Universidade Metodista de Piracicaba, SP, Leoncini passou a trabalhar com empacotamento mecânico de satélite na Telebrás em Jaguariúna, SP. “Ficava em um laboratório subterrâneo trancado com três pessoas e aquilo me dava muita angústia. Então fui para uma agência de propaganda de Campinas e foi quando apareceu a oportunidade na Scania, que buscava engenheiro para estabelecer sistema de vendas consultivas. Aí minha vida era na rua, visitando cliente e concessionário, com olhar mais helicóptero, observando o todo e não somente o comércio de caminhões.” Como representante distrital da Scania percorreu o País e pode pôr em prática seus dotes culinários enquanto fazia imersão no local: “Gosto de gente, não cozinho para mim, mas com e para pessoas. Tive a oportunidade de visitar cliente e cozinhar. É característica da região Sul, por exemplo, preparar refeições dentro de casa ou da empresa”. A predisposição de conferir, na prática, a dura realidade dos caminhoneiros e das estradas brasileiras estimulou muita gente na Mercedes-Benz a fazer o mesmo. Transformou-se, até, em hábito levar executivos estrangeiros da companhia para conhecer in loco essas operações. Em janeiro Leoncini fez a última dessas viagens como vice-presidente, levando consigo para Rondonópolis, MT, Karin Rådström, presidente global da Mercedes- -Benz Trucks, e Achim Puchert, presidente da Mercedes-Benz do Brasil. Esse é um legado que o agora conselheiro não quer que se perca, e garante que continuará cobrando ações do tipo no conselho. ANOS DIFÍCEIS, MUDANÇAS DURAS A década de Roberto Leoncini na Mercedes-Benz contou com doses extras de desafios, incluídos aí a recessão econômica do biênio 2015-2016, a pandemia iniciada em 2020, a crise dos semicondutores e a decisão por terceirizar algumas atividades até então verticalizadas.
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