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62 Dezembro 2023 | AutoData INDÚSTRIA » AUTOPEÇAS • a Câmara Setorial Automotiva, com os acordos de 1992, 1993 e 1995, que estabeleceram as bases para o maior ciclo de investimento e expansão da indústria automotiva no País; • o processo de internacionalização do setor na década de 1990, doloroso para algumas empresas, com a compra das mais tradicionais empresas nacionais de autopeças, como Cofap, Metal Leve e Varga, por grandes corporações estrangeiras, mas que inseriu a indústria de autopeças, que já era tradicionalmente exportadora, em outro patamar. Graças a este movimento a cadeia automotiva de suprimentos no País, hoje, é completa, com sistemistas, fabricantes de conjuntos e de autopeças e fornecedores de insumos; • a criação da Automec, feira do setor que passou a mostrar ao mundo a capacidade do País na produção de autopeças; • a criação do Mercoparts, que reúne entidades do setor de autopeças de Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai; • o desenvolvimento do motor flex, em 2003, uma grande invenção brasileira com participação direta de empresas de autopeças no País; • o Rota 2030, eficaz programa de estímulo a pesquisa, desenvolvimento e inovação, talvez único do mundo com suas características, cuja continuação é aguardada ansiosamente pelo setor; • a resiliência com que o setor de autopeças atravessou sua pior crise financeira, de 2014 a 2016, sem deixar de fornecer para montadoras e para o mercado de reposição; • a fundação do Instituto Sindipeças de Educação Corporativa, importante ferramenta para elevar a capacitação dos profissionais do setor; • a criação do programa Inova Sindipeças, que mostra aos associados que inovar não significa necessariamente fazer grandes investimentos mas melhorar o processo, na medida da possibilidade de cada empresa, e indica didaticamente quais são as fontes de financiamento disponíveis e como utilizá-las; • a pandemia de 2020, período em que o setor de autopeças foi responsável pela manutenção da frota de veículos de serviço, como caminhões e ambulâncias, fundamentais durante todo o período de isolamento; e • as recentes participações ativas do Sindipeças e de seus associados nos debates sobre as novas rotas tecnológicas para a redução das emissões de carbono. COMPETITIVIDADE Apesar da grande diversidade e complexidade da indústria de autopeças no País a evolução do setor não contempla sistemas eletrônicos cada vez mais sofisticados e presentes nos veículos, que requerem, em muitos casos, ser importados. Como resultado desse atraso a partir dos anos 2010 a balança comercial do setor passou a ser deficitária, com mais importações do que exportações. Somente em 2023 o Sindipeças estima vendas externas de empresas no Brasil de US$ 9,2 bilhões, mas as compra de componentes no Exterior será o dobro disso, US$ 18,4 bilhões, o que resulta em saldo negativo de US$ 9,2 bilhões somente este ano, em um cenário que vem se repetindo há mais de uma década. Trata-se de falta de competitividade para atrair a produção de componentes mais sofisticados ao Brasil, que sequer produz transmissões automáticas que já estão em mais da metade dos carros vendidos. E não se trata de falta de conhecimento tecnológico, pois algo como 70% do faturamento do setor de autopeças no Brasil, atualmente, vêm de empresas multinacionais que já desenvolveram e produzem estes sistemas em outras localidades no mundo. Para Sahad o problema não está dentro das fábricas, mas fora delas: “Temos tradição na produção automotiva e ocupamos lugar relevante na lista dos

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