406-2023-12

61 AutoData | Dezembro 2023 Contra todos os prognósticos que apontavam ser impossível a industrialização do Brasil foram os fornecedores de material automobilístico que pavimentaram em tempo recorde os altos índices de nacionalização dos carros, utilitários, caminhões e ônibus produzidos aqui, transformando o País em um dos grandes polos produtores do mundo – e um dos raros com cadeia produtiva tão completa. No fim de novembro, em evento promovido para comemorar suas sete décadas do Sindipeças, em um palco repleto de personalidades do setor, em seu discurso o atual presidente Cláudio Sahad resumiu o papel da entidade que atualmente reúne pouco mais de quinhentas empresas: “Definitivamente não existe história do setor automotivo nacional sem a história do setor de autopeças, assim como não existe história do setor de autopeças sem o Sindipeças. Nas últimas sete décadas temos sido o legítimo e inquestionável representante deste setor”. No seu discurso Sahad reproduz parte do prefácio do livro A Revolução da Indústria de Veículos e de Autopeças no Brasil, patrocinado pelo Sindipeças e escrito pelo jornalista Marcos Rozen – que já foi editor desta AutoData por muitos anos e é fundador do Miau, Museu da Imprensa Automotiva. O livro conta a rica história do setor a partir dos anos 1980 e é uma continuação da obra de Ramiz Gattás, que foi presidente do Sindipeças de 1962 a 1966. O livro de Gattás, A Indústria Automobilística e a Segunda Revolução Industrial no Brasil, foi editado pela primeira vez em 1981 e inteiramente redigitado e reeditado também por Rozen. Ambos os livros, distribuídos gratuitamente pelo Sindipeças, não por acaso trazem a palavra “revolução” em seus títulos. Pois é exatamente isto que foi fazer e continuar fazendo a indústria automotiva nacional. Sob a ótica das muitas atas de reunião ou ações e participações nas discussões das políticas industriais do País, em seus setenta anos a entidade representativa dos fabricantes de autopeças conta a história de muitas e sucessivas rupturas e reconstruções, ao sabor dos muitos altos e baixos do Brasil e seu setor automotivo. PONTOS DE INFLEXÃO Das muitas transformações e adaptações, locais e mundiais, pelas quais o setor passou em sua já longa história Sahad sublinha algo que nunca mudou: “Nunca fomos gargalo à produção de veículos no País”. Desde a criação do GEIA, Grupo Executivo da Indústria Automobilística, em 1956, no governo do presidente Juscelino Kubitschek, que estabeleceu as bases para a instalação de fabricantes de veículos com metas de nacionalização de componentes, o setor de autopeças cresceu e evoluiu por diversos pontos de inflexão que vêm transformando a indústria automotiva. Sahad nomeia os principais momentos dessa evolução nas últimas décadas que tiveram participação direta do Sindipeças: Raio X do Sindipeças em 2023 Empresas associadas 506 Número de empregados no setor 273,8 mil Faturamento R$ 238,2 bilhões Divisão do faturamento Montadoras: 60,4% Reposição: 22,5% Exportação: 14% Intrasetorial: 3,1% Investimentos R$ 5,8 bilhões Exportações US$ 9,2 bilhões

RkJQdWJsaXNoZXIy NjI0NzM=