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59 AutoData | Dezembro 2023 mente quando aplicam descontos de R$ 20 mil a R$ 50 mil em alguns modelos elétricos para enfrentar a concorrência. “Com demanda maior e oferta menor os preços subirão”, aponta Kalume Neto. “Mas como o imposto de importação é aplicado na chegada do veículo no País, os reajustes não serão na proporção de um para um. Nossa expectativa é que os aumentos partam de 7% a partir de 1º de janeiro para os veículos elétricos puros, que passam a pagar alíquota de 10%.” As cotas com isenção total de impostos também servem de colchão para segurar os preços, mas segundo os analistas são muito limitadas. Para a ABVE os valores isentos, que serão repartidos com os importadores, “são insignificantes diante dos planos de investimentos em eletromobilidade no Brasil já divulgados por diferentes empresas”. Somando as cotas concedidas até junho de 2024, de US$ 130 milhões para híbridos, de US$ 226 milhões para híbridos plug-in e de US$ 283 milhões para elétricos puros, Kalume Neto calcula que os valores são suficientes para importar sem pagamento de imposto cerca de 21 mil veículos eletrificados, dos mais baratos: “Isso é quase nada, equivale a 1% do mercado de importados previsto no Brasil no primeiro semestre do ano que vem”. O fato é que, mesmo com a isenção de impostos, devido aos altos preços, em qualquer cenário as vendas de carros elétricos e híbridos ainda têm participação tímida no volume total do mercado brasileiro, por isso o benefício na redução de emissões de CO2 é quase nulo, o que coloca em xeque a concessão de isenções fiscais. Este cenário pode mudar com a produção nacional e o domínio de tecnologias, mas como diz o consultor David Wong “é preciso ter um plano para isso, preparar toda a cadeia para produzir aqui, não basta só levantar a alíquota”.

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