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43 AutoData | Dezembro 2023 custo Brasil, envolvendo a competitividade e como isto afeta o setor automotivo. Ela acredita que é preciso dar um salto em termos de protagonismo global: “Ser um Brasil exportador e um Brasil inovador, com tecnologias para a fronteira do desenvolvimento, e vender ao mundo a nossa descarbonização. Temos excelentes exemplos de desenvolvimento de softwares embarcados. É uma visão de futuro, é sonhar, para não perdermos mais espaço no mercado automobilístico global. Para isto não basta o governo, ele é só parte da solução”. DESCARBONIZAÇÃO Outro tema bastante abordado foi o processo de descarbonização da mobilidade brasileira. A conclusão é a de que não existe apenas um, mas vários caminhos a serem percorridos: “Um carro elétrico em um centro urbano como São Paulo faz sentido, mas no Centro-Oeste um fazendeiro ainda precisa de uma caminhonete a diesel para percorrer 500 quilômetros em estradas de terra”, pondera Mauro Correia, CEO da HPE, destacando as dimensões continentais e a necessidade de diversas tecnologias para atender a todas as necessidades dos consumidores. “Precisaremos eletrificar? Sim, é uma tecnologia que nos ajuda, mas precisamos atender a todo tipo de cliente. O Brasil precisa legislar sobre o resultado das emissões e não apontar uma tecnologia específica.” Seguiu o coro Ciro Possobom, da Volkswagen: “Acreditamos em várias soluções. Nosso foco ainda está no motor a combustão e temos uma vantagem muito grande no Brasil, da nossa matriz energética ligada ao etanol, o que faz com que nosso carro seja bom para o meio ambiente e acessível para a população”. Até a GM mudou seu discurso e passou a admitir a possibilidade de desenvolver e produzir modelos híbridos no Brasil durante a transição para o 100% elétrico, disse Fábio Rua: “Nossa meta é o elétrico para 2035. Novas tecnologias ao longo do tempo podem dar as caras. E podem mostrar que elas são tão ou mais eficientes do que o carro a combustão. Não podemos negar a possibilidade, de lá na frente, [termos carro] a célula a combustível, híbrido… Não sei o que o futuro reserva, não só em termos de inovação como de escala e de competitividade. Se esse futuro nos disser que a gente precisa, talvez, ser um pouco mais aberto ao nosso espectro de investimento em novas tecnologias, seremos”. [Com reportagem de André Barros, Caio Bednarski, Fernando Pedroso, Lúcia Camargo Nunes, Soraia Abreu Pedrozo] Alcides Cavalcanti, Volvo Caminhões Roberto Leoncini, Mercedes-Benz

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