39 AutoData | Dezembro 2023 Ao lembrar que a meta global da companhia é parar de produzir modelos movidos a combustão até 2035 Rua afirmou que “o presente é eclético e o futuro é descarbonizado”. Ao contrário do que vinha sendo prometido pela empresa nos últimos anos, que mirava em modelos 100% elétricos sem escalas, o executivo afirmou que a GM não descarta produzir carros híbridos no Brasil. O plano da GM é ambidestro, segundo Rua: ao mesmo tempo em que desenvolverá tecnologias elétricas ou descarbonizadas seguirá investindo na eficiência energética de seus motores a combustão: “Enquanto produzirmos carros a combustão entregaremos modelos cada vez mais eficientes”. DIAS MAIS LEVES PARA PESADOS A passagem por um ano de transição da legislação de emissões para veículos pesados, com a entrada em vigor no início de 2023 da fase 8 do Proconve, que exigiu a adoção de motores Euro 6 e encareceu os veículos de 20% a 30%, provocou expressivo tombo nas vendas de caminhões. Depois da grande queda todos os participantes do Congresso AutoData Perspectivas 2024 esperam por dias melhores no ano que vem. Eles indicam que o mercado já começou a dar indícios de recuperação neste segundo semestre. “Tudo indica que 2024 será positivo”, afirmou Ricardo Alouche, vice-presidente de vendas, marketing e pós-vendas da Volkswagen Caminhões e Ônibus. “Especialmente no segmento acima de 3 toneladas o mercado reage positivamente neste fim de ano.” Em caminhões a expectativa é de crescer 15% a 20% sobre o resultado deste ano. Neste incremento Alouche considera frotistas, que já retomam as cotações porque não podem deixar as frotas envelhecerem, sob o risco de gerar custos extras. Outro fator, o PIB do agronegócio, cresceu mais de 11%, o que movimenta a economia e puxa junto os investimentos em infraestrutura estimulados pelo PAC, o novo plano de aceleração do crescimento anunciado este ano pelo governo. Também na lista de pontos positivos está a redução das taxas de juros. “Com a combinação destes fatores o mercado será em 2024 menos difícil do que em 2023.” A Scania identificou uma melhora no segundo semestre e passou a projetar crescimento de 25% em 2024, segundo Christopher Podgorski, seu presidente na América Latina: “Do ponto de vista operacional foi um ano conturbado, que começou complexo, mas que terminará bem, com um cenário no qual o Euro 6 não é mais um bicho de sete cabeças”. Mauro Correia, HPE Auto Fábio Rua, GM
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