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19 AutoData | Novembro 2023 desenvolver, em um prazo de cinco anos, a mecanização do plantio, da colheita e do processamento da planta, assim como estudar rotas tecnológicas para extração de etanol de primeira e segunda geração e pirólise – processo de decomposição térmica da biomassa, ou bagaço – para produzir biogás, bio-óleo e biochar ou biocarvão. Oliveira contou que parte deste processo será feito no Cimatec Park, espaço de 4 milhões de m2 lançado há quatro anos, no Complexo Industrial de Camaçari, BA, que propõe o escalonamento de novos processos, abriga plantas-piloto, produz protótipos e os testa em escala real. “Comum no plantio do semiárido nordestino, principalmente na Bahia, o agave sisalano hoje só tem de 4% a 5% de sua biomassa utilizada [para produção de fibras de sisal]. O restante é deixado no campo. A ideia é não ter resíduo e utilizá- -lo completamente ao criar uma nova cadeia de negócios.” O professor Gonçalo Pereira citou artigo australiano que aponta que, a cada hectare plantado com agave, o potencial de geração de etanol é de 7 mil 414 litros por ano. Em 1 mil hectares o volume cresce a 7,4 milhões e, em 10 milhões de hectares, 74,1 bilhões de litros: “O sertão brasileiro possui 108 milhões de hectares, sendo 28 milhões somente no Sertão da Bahia. O Brasil produz hoje 30 bilhões de litros de etanol, o equivalente a 3,3 milhões de hectares do sertão. Olha o tamanho da oportunidade”. HIDROGÊNIO Em paralelo estudos, em São Paulo, buscam tornar viável o hidrogênio verde como alternativa. Para Júlio Meneghini, diretor científico do Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa, RCGI, da Escola Politécnica da USP, é solução interessante para veículos pesados, que, ao rodarem com célula de combustível de hidrogênio produzido a partir de biomassa, poderão usar um número menor de baterias, reduzindo seu peso. O Brasil busca desenvolver a tecnologia do hidrogênio verde obtido a partir do etanol. O projeto da USP recebeu investimento de R$ 50 milhões da Raízen, parceira que será a responsável por produzir o etanol de segunda geração que será usado para gerar hidrogênio. Marcopolo e Toyota também são parceiras do projeto: a primeira forneceu um ônibus elétrico movido por célula de hidrogênio e a segunda um veículo leve, o Mirai. Ambos serão usados em testes de abastecimento e rodagem.

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