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98 Outubro 2023 | AutoData pois a companhia é apoiada pelo braço financeiro Mobilize Financial, mas o alto patamar da taxa de juros afugenta o consumidor: “A redução na taxa Selic deve impactar diretamente no acesso ao crédito pelo consumidor. Com juro menor o financiamento fica mais acessível para o cliente. Isto é fundamental para estimular o crescimento deste mercado que está estável na casa das 2 milhões de unidades há quatro anos”. Para 2024 o presidente da Renault espera crescimento de 5% sobre as 2,1 milhões de unidades de veículos leves projetados para 2023, dentro do previsto pela Anfavea. O mercado chegaria, portanto, a 2,2 milhões. A companhia projeta crescimento de 2,92% no PIB em 2023 e de 1,5% em 2024, com câmbio na casa dos R$ 5 a R$ 5,10. Com a inflação mais controlada em 2024, 3,88% após 4,86% em 2023, a empresa vê espaço para que a taxa básica de juros caia para 9% ao fim do ano que vem, após fechar em 11,25% em dezembro. São projeções em linha com o mercado. ESTRATÉGIA Apesar da estabilidade do mercado total a Renault perdeu espaço, consequência da sua nova diretriz estabelecida pelo Renaulution, do lucro acima do volume. Ao fim de 2020, antes do anúncio do plano, a companhia tinha comercializado no Brasil 131,6 “ A redução na taxa Selic deve impactar diretamente no acesso ao crédito. Com juro menor o financiamento fica mais acessível para o cliente. Isto é fundamental para estimular o crescimento deste mercado.” Ricardo Gondo, presidente Renault Brasil mil veículos e ocupou a sétima posição no ranking de automóveis e comerciais leves, com 6,8% das vendas. No ano passado comercializou 126,7 mil unidades, na mesma posição e com 6,5% de participação. Este ano, até setembro, foram 87,3 mil veículos vendidos, queda de 3,3% com relação aos nove primeiros meses do ano passado e 5,7% de participação de mercado, ainda na sétima posição. Mesmo assim o Brasil é o terceiro maior mercado em volume da marca, atrás da França e encostado na Turquia, com diferença de cerca de 1,5 mil unidades. Por sua relevância terá a solução da descarbonização com origem tupiniquim: o híbrido combinado com o etanol. “No Brasil o futuro será elétrico, passando pelo híbrido flex. Já estamos trabalhando no desenvolvimento do sistema.” A Renault, aliás, tem a visão de um futuro ainda longo do motor a combustão. A companhia estima que metade das vendas, em 2040, ainda serão de veículos com motor a combustão, seja híbrido ou puro. Criou, para tanto, uma empresa dedicada a tecnologias de motores a combustão interna e híbridos, a Horse: “A empresa já está em funcionamento desde julho. A velocidade das mudanças ocorre de forma muito diferente em países, continentes e dentro do próprio país. A visão do Grupo Renault hoje é que o mercado de veículos híbridos e a combustão continuará a existir”. EXPORTAÇÃO Em torno de 30% da produção no Paraná são enviados para outros países da América do Sul. A expectativa é a de que, com o Kardian, as exportações continuem em alta. Mas para isto a companhia promove uma readequação de sua produção regional. A Renault investe US$ 100 milhões para produzir o compacto Kwid para a região – Colômbia, México, Equador e outros treze países – a partir de 2025. A produção de São José dos Pinhais será concentrada para o mercado doméstico, o que abre espaço para ampliar a produção do Kardian e abastecer os mercados latinos. PERSPECTIVAS 2024 » RENAULT

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