95 AutoData | Outubro 2023 de carros e comerciais leves licenciados.” O presidente da Nissan no Brasil não quis arriscar palpite para o mercado em 2024. Mais uma vez citou o crédito como fundamental para a retomada da confiança do consumidor em retornar às concessionárias. E falou da necessidade de uma política de longo prazo para que as empresas tenham as condições ideais para fazer seus planejamentos estratégicos. “Entendemos que o governo está trabalhando para que o País cresça como um todo, mas um ponto importante é previsibilidade para podermos elaborar nossos planos estratégicos de médio e longo prazo. O setor automotivo vive um momento de transformação mundial em vários campos e isso, claro, também atinge o Brasil. Um dos diferenciais do mercado brasileiro é que ainda há muita oportunidade de crescimento, algo que não vemos em outros países importantes”. No cenário econômico Ibarzábal cita projeções de crescimento de 2,9% do PIB em 2023 e em torno de 2% no ano que vem. Ele reforça a crença da Nissan no Brasil no longo prazo. Mas sobre novos produtos para a fábrica de Resende, que opera em dois turnos produzindo apenas o Kicks, faz mistério. Mas novidades a respeito da fábrica e do planejamento da companhia deverão ser divulgadas no início de novembro. ELETRIFICAÇÃO Uma das pioneiras nas vendas de carro 100% elétrico no mercado brasileiro, com o Leaf, a companhia olha com cuidado o avanço da eletrificação por aqui. Ibarzábal diz que o futuro é eletrificado, mas que cada mercado terá o seu ritmo: “Estamos no meio da transição energética para os veículos eletrificados e temos que ter cuidado com uma possível disrupção que possa prejudicar toda a indústria nacional. Acreditamos que as soluções de powertrain podem ter variações para se adaptar às características dos mercados e, no caso “ O cenário tem sido bem complexo para o mercado automotivo brasileiro. Mesmo assim esperamos ficar dentro do nosso objetivo de crescer dois dígitos.” Gonzalo Ibarzábal, presidente Nissan Brasil do Brasil, um caminho seria a possibilidade de se usar etanol. Não é simples, mas é uma opção”. O executivo se esquiva de dizer quais tecnologias adotará no mercado neste processo de transição, como alguns de seus concorrentes vêm fazendo com desenvolvimento de modelos híbridos flex. Uma delas poderia ser o sistema e-Power, que já chegou ao mercado argentino e chileno com o SUV X-Trail importado em 2023. A tecnologia envolve tração 100% elétrica e a bateria é recarregada por um motor a combustão, que funciona como um gerador de energia. Este motor, que pode ser bicombustível etanol-gasolina, não traciona as rodas como em um híbrido convencional, apenas gera energia à bateria. Trata-se solução que, aliada ao etanol brasileiro, garante emissão neutra de CO2, pois o gás liberado do escapamento é compensado durante a plantação da cana-de-açúcar. “Estamos pensando em todas as possibilidades”, limita-se a comentar Ibarzábal. De concreto mesmo há as pesquisas já realizadas no Brasil com a SOFC, célula de combustível que utiliza hidrogênio extraído do etanol para gerar energia elétrica. Na solução da Nissan o processo é feito dentro do veículo, com abastecimento apenas de etanol. O protótipo rodou no País em 2016 e 2017 e o processo segue em avaliação na matriz, no Japão.
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