68 Outubro 2023 | AutoData PERSPECTIVAS 2024 » FORNECEDORES viável, porém, está na baixa escala de produção, no custo alto e na elevada carga tributária. Competitividade, aliás, é palavra chave para a recuperação almejada para 2024, principalmente para voltar a ocupar a capacidade ociosa das fábricas, que neste setor tem girado em torno de 30% a 40%. Gastón Diaz Perez, presidente da Bosch América Latina – que também projeta incremento no faturamento na casa de dois dígitos para o ano que vem em um mercado esperado de até 2,3 milhões de veículos –, também utiliza as projeções macroeconômicas do Boletim Focus do BC, que apontam para crescimento pequeno do PIB de apenas 1,5% em 2024, mas destaca que câmbio estável nos R$ 5 é algo inédito para os negócios nos últimos quatro anos. Na avaliação do executivo os principais desafios para a cadeia de suprimentos envolvem a manutenção dos investimentos em melhoria contínua, considerando que os negócios estão cada vez mais globalizados e os fornecedores brasileiros precisam buscar base de preços em que possam competir mundialmente. “É necessário, ainda, reduzir rapidamente os custos de matéria-prima, conforme variação de mercado”, sublinha Perez. “Outro ponto é que os volumes no setor no Brasil não devem crescer de maneira radical, então os fornecedores devem buscar oportunidades de exportação nas Américas, por exemplo. A digitalização também é significativa e aqueles que já iniciaram a jornada de transformação digital devem acelerá-la e os que ainda não iniciaram devem reagir rápido.” SOLUÇÃO DE PROBLEMAS Perez ressalta que os problemas na cadeia de suprimentos estão menores do que no passado, especialmente nos últimos dois anos, mas a questão ainda demanda monitoramento, principalmente com semicondutores. Marcelo Rezende, diretor para sistemas de baterias da BorgWarner, que este ano começou produzir o componente no Brasil, concorda e aponta que existe o desafio de desenvolver os fornecedores localmente: “Precisamos buscar diversificação e maior visibilidade da cadeia de suprimentos nacional. Para reduzir custos e melhorar a eficiência operacional sem comprometer a qualidade dos produtos. É preciso investimento em automação, implementação de práticas de gestão enxuta e negociações estratégicas”. Rezende concorda que a escassez de mão-de-obra qualificada é revés comum a todas as empresas do setor, em especial neste momento de transição energética, o que requer investimento em programas de capacitação e treinamento, colaboração com instituições de ensino e incentivo à inovação e desenvolvimento de habilidades. Ele pondera que a volatilidade do mercado automotivo pode levar a flutuDivulgação/Bosch “ Os volumes de negócios no setor no Brasil não devem crescer de maneira radical. Os fornecedores, então, devem buscar oportunidades de exportação.” Gastón Diaz Perez, Bosch
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