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8 LENTES Outubro 2023 | AutoData BRASIL ESTÁ INSERIDO NOS 50 MAIORES DO IGI No finzinho de setembro a CNI, Confederação Nacional da Indústria, distribuiu nota informando que, depois de doze anos, o Brasil volta a integrar o ranking consolidado pela Organização Mundial de Propriedade Intelectual das cinquenta economias mais inovadoras do mundo. Ocupamos, agora, no IGI, Índice Global de Inovação, a quadragésima-nona posição e somos os primeiros da América Latina. No ano passado fôramos classificados na posição 54 e tínhamos o Chile à nossa frente. É pouco para a décima maior economia do mundo e até a CNI concorda com isto. Os dez países mais bem situados no ranking são Suíça, Suécia, Estados Unidos, Reino Unido, Singapura, Finlândia, Holanda, Alemanha, Dinamarca e Coreia do Sul. A posição 49 do Brasil diante de outros países da América Latina é a seguinte: Chile, 52, México, 58, Uruguai, 63, Colômbia, 66, Argentina, 73, Costa Rica, 73, Peru, 74. E com relação aos países que integram os Brics: China, 12, Índia, 40, Rússia, 51, e África do Sul, 59. ELETROMOBILIDADE REQUER POLÍTICA PRÓPRIA Sempre apoiei o álcool carburante desde que soube dele e de seus efeitos com relação aos gerados por gasolina e por óleo diesel, pela energia fóssil. Primeiro foi pelas mãos de nosso geneticista maior, Warwick Estevam Kerr, quando era diretor do INPA, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia: ele morava em Manaus em meados dos anos 1970 quando eu trabalhava na Folha de S. Paulo e me mostrou, todo orgulhoso, um Opalão dotado de motor movido a álcool ancorado na garagem de sua casa, ali na beira da floresta. Depois, neste mundo de coincidências possíveis, dez anos depois, me animou a escrever sobre o álcool um contraparente de Kerr, igualmente presbiteriano, o físico misto de músico e de chefe de cozinha e de especialista em inteligência artificial Augusto Cezar Saldiva de Aguiar, que trabalhava na Scania e que foi um dos fundadores da AEA, Associação Brasileira de Engenharia Automotiva, e seu primeiro presidente. Kerr e Aguiar já nos deixaram sem verem, ao menos com clareza, o que viria depois do motor a combustão: veículos movidos a baterias elétricas. Quero acreditar que meus dois amigos teriam aplaudido a solução: vivos, estariam no centro de algum grupo de estudos. ELETROMOBILIDADE REQUER POLÍTICA PRÓPRIA 2 Mas, sabemos, o álcool carburante é a nossa jabuticaba da vez depois de ter sido enterrado três ou quatro vezes. É preciso, certamente, aproveitar esta sobrevida quase que inesperada que as encrencas ambientais oferecem porque a eletrificação plena parece que será trabalho de pelo menos uma geração cá nesta Terra Brasilis repleta de distorções sociais e na qual um cidadão, antigamente conhecido como proletário, não tem mais condições de comprar carrinho de entrada nem pra trabalhar como autônomo. O País é rico, sua elite é milhardária mas o cidadão médio passou à condição de Brasilino: vencimentos pífios, não existe financiamento decente, a distribuição de renda é vergonhosa. Mas, como disse Rogelio Golfarb, ex-presidente da Anfavea e vice-presidente da Ford para a América Latina, em evento recente, o Electric Days, não é exatamente disto que todo mundo fala hoje em dia no mundo todo: todo mundo só fala a respeito da eletromobilidade. Por Vicente Alessi, filho Sugestões, críticas, comentários, ofensas e assemelhados para esta coluna podem ser dirigidos para o e-mail vi@autodata.com.br

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