28 Outubro 2023 | AutoData FROM THE TOP » MARCO ANTONIO BENTO, ABRACICLO vez mais espaço na estratégia das fabricantes associadas. Estamos atentos e adotamos em nossa produção processos capazes de aliar altos níveis de qualidade, tecnologia e produtividade, respeitando o meio ambiente. Para nós, que produzimos na Zona Franca de Manaus, a sustentabilidade tem ainda mais relevância, devendo permear toda a cadeia produtiva. Sob o ponto de vista do produto, nossas fabricantes estão sempre realizando investimentos para a melhoria dos níveis de controle de emissão de gases. O Brasil é hoje referência internacional quando se fala em emissões veiculares. Com relação aos modelos elétricos, que respondem por 0,6% dos emplacamentos, acreditamos que eles complementarão de forma natural a oferta de produtos. Quais principais pontos da agenda macroeconômica do País precisam avançar em 2024 para que a indústria de duas rodas obtenha melhores resultados? Internamente o primeiro ponto é assegurar uma reforma tributária que mantenha a competitividade da Zona Franca de Manaus. Ela trará segurança jurídica, fundamental para a atração de novos investimentos, desenvolvimento socioeconômico regional e a preservação ambiental. Sob o ponto de vista econômico o consumidor brasileiro também precisa ter confiança e renda para consumir. Para isto entendemos ser necessário ter a inflação controlada, continuar a reduzir as taxas de juros e de desemprego, assegurando o aumento do poder de compra. Por fim nosso desafio também é fortalecer o comércio na América Latina. O Brasil é hoje o maior polo produtor de duas rodas fora do eixo asiático e apresenta grande potencial para atender às demandas do mercado latino-americano. Mas precisamos evoluir os acordos comerciais e adotar uma harmonização regulatória. Existe esperança de mais harmonia regulatória na América do Sul em 2024, para ganhar força nas exportações? Apenas o Brasil está na fase 5 do Promot. Colômbia e Argentina, que são dois dos principais mercados de exportação de nossos produtos, ainda comercializam motocicletas que atendem ao Promot M3. Já Paraguai e Uruguai ainda aceitam motocicletas que não atendem a nenhuma fase do programa de emissões. Infelizmente, neste cenário, no qual cada país tem sua própria regra, o produto brasileiro passa a ser menos competitivo porque apresenta maior nível tecnológico, não conseguindo competir com produtos importados da Ásia. É importante harmonizar as regras na região, como acontece na Europa. Este tema já foi levado ao conhecimento das autoridades brasileiras, para que seja debatido no âmbito do Mercosul. “O segmento de motos apresenta expansão sustentável e a tendência é de que mantenha esse ritmo, mas estamos atentos aos fatores políticos e socioeconômicos que podem nos afetar.”
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