16 Outubro 2023 | AutoData FROM THE TOP » CLÁUDIO SAHAD, SINDIPEÇAS O Sindipeças, como difusor de informações para sua base de associados, participa ativamente das discussões sobre este tema e almeja ser fonte de inspiração e estímulo para a transformação. Entendo que no Brasil o processo de eletrificação será mais lento, em virtude dos biocombustíveis e da tecnologia flex. Isto dará mais tempo para que os fornecedores se preparem. Cada empresa, porém, fará suas escolhas, conforme demanda e capacidade de investimento em inovação. De nossa parte mostramos os caminhos possíveis e oferecemos o programa Inova Sindipeças e os cursos do Instituto Sindipeças de Educação Corporativa. A indústria local tem condições de fornecer sistemas para as novas tecnologias de mobilidade, especialmente veículos elétricos? Ou seguirá sendo polo produtor do motor a combustão? As duas coisas. Essa revolução que se anuncia para o setor pode beneficiar e reposicionar a indústria automotiva brasileira mundialmente. Podemos atender, e bem, as duas diretrizes. Ou seja: podemos ser um hub para motores flex e avançar nas novas rotas tecnológicas, como no hidrogênio verde a partir do etanol para alimentação de motores elétricos com células de combustível. Destaco que o Brasil é o único país que já superou o problema do transporte de hidrogênio, que poderá ser produzido no próprio posto, ao lado da bomba de etanol. Mas somos mais audaciosos e objetivamos produzi-lo no veículo, a partir de tanque abastecido com etanol. Outra oportunidade é desenvolver etanol a partir do agave, que pode levar à independência na produção a muitas regiões secas, passando a ser potenciais clientes da tecnologia flex Como ficam os investimentos em novos motores a combustão mais eficientes se as matrizes no Exterior estão voltando atenções e recursos aos elétricos? É justamente pelo desinteresse de Estados Unidos e Europa nos motores e veículos a combustão que surge a oportunidade para que o Brasil se torne centro produtor e exportador, principalmente para América Latina, África e Ásia. O Brasil tem potencial para atrair linhas de produção de motores a combustão e servir ao mercado internacional. Para estar mais bem preparadas para a transição as empresas de autopeças devem ampliar sua fatia de exportação? Com certeza. Nossa vocação para ser o principal player regional é inquestionável. Com a reforma tributária e ajustes nas relações de comércio temos tudo para assumir este protagonismo. Dados recentes mostram nossa liderança na América do Sul, temos importantes relações com o México e alcançamos os mercados dos Estados Unidos e do Canadá. “ Podemos ser um hub para motor flex e avançar em novas rotas tecnológicas, como hidrogênio verde a partir do etanol para alimentar motor elétrico com célula de combustível.”
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