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41 AutoData | Setembro 2023 Tudo indica que governo federal está em linha com este raciocínio. Assim anunciou que, do total de investimentos previstos no novo PAC, R$ 612 bilhões virão do setor privado, R$ 371 bilhões do Orçamento Geral da União, R$ 362 bilhões de financiamento e R$ 343 bilhões de estatais. Em nota o Ministério da Infraestrutura informou que a primeira etapa de seleção de projetos para estados e municípios, no valor de R$ 136 bilhões, está prevista para este setembro. Na visão do coordenador de cursos acadêmicos da área automotiva da FGV, Antônio Jorge Martins, o grande desafio do governo será, justamente, levantar toda a verba prometida para tirar o PAC do papel: “É importante lembrar que será preciso mostrar bons resultados em quatro anos, mas sabemos que o orçamento federal é apertado. Por isto as parcerias com o setor privado serão essenciais”. Seja como for o professor acredita que o programa tem tudo para dar certo, pois a iniciativa movimenta diversos setores da economia e fomenta negócios: “Talvez seja uma excelente oportunidade para gerar mais demanda aos caminhões com motorização Euro 6 e ajudar a resolver o problema da baixa procura por modelos zero-quilômetro”. ESTÍMULO À LOCAÇÃO Martins também avalia que, com o PAC, podem surgir aberturas de novos nichos de negócio e até mesmo o fortalecimento de tendências, como o aluguel de caminhões. Seria uma oportunidade de fazer algo parecido com o que ocorre no setor de ônibus. Como os modelos elétricos custam três vezes mais do que um modelo similar a diesel, e as operadoras de transporte não têm fôlego financeiro para adquirir uma frota de elétricos, entraram nas negociações empresas de energia, como a Enel, que investem nos veículos e são as provedoras de energia. As operadoras pagam um aluguel para utilizar os veículos e o consumo de energia. O vice-presidente de vendas e marketing da Mercedes-Benz, Roberto Leoncini, observa que o setor de construção e infraestrutura já tem por característica a busca de alugueis de máquinas e caminhões. Isso porque durante obras costuma-se utilizar diferentes equipamentos nas diversas fases da construção: “As empresas que fazem locação de veículos e máquinas amadureceram e elevaram o nível. São grandes players com bons ativos. As montadoras também estão de olho nesse mercado”. PAC NÃO FAZ MILAGRES O PAC é positivo, chega em boa hora, mas causará impacto apenas numa pequena parte do mercado de caminhões, pontua o sócio gestor da MA8 Management Consulting Group, Orlando Merluzzi: “Os equipamentos utilizados para construção representam, no máximo, 17% das vendas das montadoras”. Ao fazer uma análise do PAC anterior, da década passada, o consultor aponta que, naquele período, o mercado de caminhões cresceu consideravelmente, mas não por causa do programa. Fatores como juros baixos e disponibilidade de crédito foram muito mais significativos para puxar a demanda. Nessa nova fase, ocorrerá o mesmo: “A economia girará no Brasil, nos próximos anos, por causa da perspectiva de crescimento do PIB e da taxa de juros que deverá continuar diminuindo. É isto que vende caminhão no Brasil”. Divulgação/Case

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