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35 AutoData | Setembro 2023 dinheiro não se interessa em financiar com juros ao consumidor de 30% ao ano. Como resultado direto dessa distorção, em 2022, apenas 32% dos veículos vendidos no Brasil foram financiados. RESULTADO LIMITADO, MAS BOM Apesar de efêmero o programa do governo atingiu o objetivo de aquecer o mercado por tempo limitado. Ao analisar os três meses nos quais incidiram os descontos [junho, julho e agosto] com relação ao mesmo período de 2022 as vendas de veículos leves cresceram 12%, uma diferença de pouco mais de 63,5 mil unidades. Foi um resultado 5,3% superior ao do último trimestre do ano passado, tradicionalmente os melhores meses de vendas. Ou seja: mesmo com o crédito restrito a redução de preços levou mais interessados às concessionárias e, ao mesmo tempo, diminuiu os valores a serem financiados e assim habilitou muitos consumidores que antes teriam sua ficha negada. Não por acaso carros na entrada do mercado foram os mais procurados, promovendo até algumas alterações no ranking de vendas: o Volkswagen Polo, sucessor do Gol, foi o líder absoluto, seguido pela Fiat Strada e pelo Chevrolet Onix. Dentre os dez mais vendidos, a Fiat foi a que mais emplacou: 84,4 mil unidades, ante 47,6 mil da Volkswagen, em segundo. No total das montadoras que tiveram veículos contemplados com descontos, a Fiat foi a líder de vendas. No trimestre, somou 98 mil 502 unidades vendidas. A Volks vem na sequência com 60 mil 50 e a Chevrolet com 51 mil 165. PROPOSTA DE RECUPERAÇÃO Após repercutir os resultados de agosto Andreta Jr disse que a Fenabrave avalia diversos projetos que possam oferecer escala ao setor de veículos novos. O objetivo central é ampliar a capacidade de consumo da população que perdeu poder de compra nos últimos anos: “A intenção é cooperar com o governo federal de forma a oferecer caminhos para que se possa reduzir o preço dos veículos e ampliar a base de crédito sem comprometer a arrecadação de impostos e estimulando a descarbonização do setor. Estamos finalizando este estudo e esperamos apresentá-lo ao governo em breve”. Andreta Jr avalia que as medidas do governo foram benéficas ao mercado, comprovando a eficácia da redução de preços para a retomada do consumo, principalmente a uma camada da população que tinha perdido poder de compra: “O coração do mercado estava quase parado e voltou a bater com a medida. Mas sabíamos que esta situação seria, como diz o nome da medida, provisória. Precisamos agora de uma política industrial efetiva, que garanta escala de vendas e permita recuperação e evolução permanentes e não temporárias”. Após o rescaldo de vendas de produtos ainda com descontos em agosto o presidente da Fenabrave afirma que a entidade deverá revisar suas projeções após os resultados de setembro, mês afetado por um feriado prolongado, o que encurta os dias de negócios nas concessionárias: “Devemos agora analisar o comportamento do mercado, principalmente com relação ao crédito, para projetar o que pode ocorrer até o fim deste ano. Avaliaremos e definiremos no início de outubro se manteremos as projeções, que apontam para um empate com 2022, ou se poderemos ter uma recuperação moderada graças aos efeitos da MP”. iStockphoto

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