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41 AutoData | Agosto 2023 Nestes oito anos no Brasil a BYD pro- duziu apenas 140 chassis de ônibus elé- tricos de diversos tamanhos, inclusive articulados, que foram encarroçados por Caio e Marcopolo. Destes 93 circulam em quinze cidades brasileiras e os demais fo- ram exportados para o Chile e a Colômbia. Com índice de nacionalização em torno de 50% e capacidade atual para produzir 2 mil chassis e 1 mil baterias por ano a empresa espera pelo retorno de seus investimentos no País a partir de agora, quando diversas cidades come- çam a eletrificar suas frotas, forçadas pela legislação e incentivadas por linha de financiamento especiais. Segundo Bruno Paiva, diretor da divisão de ônibus da BYD Brasil, a expectativa é vender cerca de 1 mil chassis nos próximos dois anos. Paiva diz que “existem estudos” para aprofundar a nacionalização da produção de baterias no Brasil e avalia que “com o alimento da demanda isso deve avançar rapidamente”. Também está nos planos da BYD pro- duzir ônibus elétricos na unidade que se prepara para instalar na Bahia mas esta será uma segunda fase do investimento que ainda não tem data determinada, pois dependerá da demanda. A ideia é loca- lizar em Camaçari o fornecimento para estados das regiões Norte e Nordeste, assim a fábrica de Campinas seguirá em funcionamento. DE ENCARROÇADOR A FABRICANTE Para a brasileira Marcopolo, uma das maiores fabricantes de carrocerias de ônibus do mundo, a multiplicação atual de pedidos garante nos próximos anos demanda acima da capacidade atual da indústria automotiva nacional. Tanto que a empresa tomou a atitude disruptiva de, pela primeira vez, competir com seus principais parceiros de negócios, os fa- bricantes de chassis, e semver conflito de interesses investiu valor não relevado no desenvolvimento de seu primeiro ônibus elétrico completo, o Attivi, com projeto próprio de chassi. Com o projeto a Marcopolo instalou linha própria de produção do Attivi em uma de suas fábricas de Caxias do Sul, RS, e está pronta para fornecer até 1 mil unidades por ano do modelo, além de ter capacidade anual para encarroçar mais 2 mil chassis elétricos de outros fabricantes já instalados no País, como já faz commo- delos da BYD, inclusive para exportação, e pretende atrair novos clientes do segmen- to como Mercedes-Benz, VWCO e Volvo. Com motor de 530 cv da WEG, eixo Meritor e baterias fornecidas pela Moura– que faz em Belo Jardim, PE, a montagem dos sistemas com células importadas da chinesa CATL –, o índice de nacionaliza- ção do Attivi é alto, chega a 58% para o chassi e 96% para a carroceria, tipo Padron de 13 metros para acomodar de oitenta Protótipo do e-Volksbus em testes na fábrica da VWCO em Resende: mais novo projeto nacional para concorrer no crescente mercado de ônibus elétricos no País. Divulgação/VWCO

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