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71 AutoData | Julho 2023 Ford Brasil ajudou a desenvolver a nova Ranger Embora a Ford não produza mais veículos no Brasil desde que decidiu, em 2021, fechar todas as suas fábricas aqui, a engenharia da empresa sediada no País foi mantida e teve participação de peso no desenvolvimento global da nova Ranger, em projeto que foi liderado pela equipe da Austrália, onde está uma das seis fábricas que produzem a picape, localizadas também na Europa, Ásia, e América do Sul, na vizinha Argentina. A Ranger é a segunda picape mais vendida do mundo, em mais de 180 países, assim seu desenvolvimento levou em conta essa grande diversidade de mercados e clientes. O novo veículo deu bastante trabalho à subsidiária brasileira da Ford: “Foi o mais completo e severo programa de validação de um veículo que já executamos aqui nos últimos doze anos”, revela Gilmar de Paula, engenheiro-chefe da Ford América do Sul. Segundo ele o projeto da nova Ranger começou a ser tocado em 2018 e desde 2019 a engenharia no Brasil embarcou de cabeça no programa que envolveu extensas simulações no Campo de Provas de Tatuí, SP, e testes de rodagem real que percorreram 1,2 milhão de quilômetros – 650 mil deles em ambiente fora-de-estrada – passando por 23 estados brasileiros e seis províncias argentinas. Graças às intervenções da engenharia brasileira a nova Ranger incorporou algumas novidades importantes, como a adoção, pela primeira vez, nas duas versões topo de linha, do motor Lion turbodiesel V6 3.0 de 250 cv, produzido na Inglaterra, acoplado ao novo câmbio automático de dez marchas, fabricado nos Estados Unidos, o mesmo já utilizado pelo Mustang. INVESTIMENTO E FORNECEDORES LOCAIS A subsidiária brasileira também desenvolveu perto de sessenta fornecedores locais, a maioria deles no Brasil, para produzir a Ranger na Argentina – que exporta 70% da produção, a maioria para o mercado brasileiro. A fábrica de Pacheco, Argentina, recebeu investimento de US$ 660 milhões para produzir a nova geração da picape, segundo Rogelio Golfarb, vice-presidente da Ford América do Sul: “Foi tudo modificado, introduzimos processos de produção digitalizados da indústria 4.0. Só com a modernização do processo produtivo conseguiríamos entregar um produto de alta qualidade como a nova Ranger”. Golfarb confirmou que alguns equipamentos foram aproveitados da fábrica de Camaçari, BA, fechada há quase dois anos: “Transferimos poucas coisas para a Argentina, porque quase toda a planta de Pacheco foi reformulada com maquinário novo”. direção – muito útil para transpor terrenos acidentados – e na metade inferior estão todos os controles de condução. Com tantas evoluções, do ponto de vista técnico, a Ford colocou em seu portfólio um produto de nível superior que atende ao seu planejamento de se transformar em empresa importadora de veículos premium no Brasil, venden - do muito menos e lucrando muito mais. A nova Ranger é um perfeito exemplar desta nova Ford no País.

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