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6 LENTES Julho 2023 | AutoData Por Vicente Alessi, filho Sugestões, críticas, comentários, ofensas e assemelhados para esta coluna podem ser dirigidos para o e-mail vi@autodata.com.br Reprodução Internet GUEVARA E A INDÚSTRIA Industrializar, desindustrialização, neoindustrializar. Estado mínimo. Ouve-se de tudo porque nossos ouvidos são penicos. Câmaras, estas que gravam movimentos, são câmeras, anglicismo adotado com feliz satisfação e indiferença. Haverá instante em que teremos a Câmera dos Deputados, sediada em Brasília, DF, na Praça dos Três Poderes. E milhares de Câmeras de Vereadores espalhadas por todo o País. E por que não, não é mesmo, se tudo é permitido? Mas nos interessa a indústria, ente cheio de pundonores que transcendem a livre iniciativa mas que não abre mão de uma ajudazinha do Estado nos momentos mais complicados. A propósito da indústria caiu-me à mão texto de discurso proferido pelo internacionalista Ernesto Guevara em agosto de 1961, na Universidade da República do Uruguai. GUEVARA E A INDÚSTRIA 2 O tema era o desenvolvimento econômico e disse ele: “É, naturalmente, a industrialização que dá a verdadeira pauta do desenvolvimento. De acordo como for o processo industrial assim decorrerá o desenvolvimento do país”. Ele segue: “Em Cuba, e me atrevo a afirmar que na maioria dos países da América que são fundamentalmente agrícolas ou agropecuários, o desenvolvimento econômico se inicia com a reforma agrária e a adequada distribuição das terras”. E lembra que “o direito de comer é o direito de todo mundo”. E se alonga: “A única coisa que temos de considerar é que primeiro está o desenvolvimento e que toda conquista do tipo social que não se baseie em um aumento da produção, tarde ou cedo, vai fracassar, vai naufragar”. GUEVARA E A INDÚSTRIA 3 Este registro tem o sentido de reconhecer que até El Che, ministro da Indústria de Cuba, sabia disto sem nunca, exatamente, ter vivido num chão de fábrica e sendo médico por formação. RANKING DE COMPETITIVIDADE Claro que a Dinamarca é a líder do ranking global de competitividade medido pela escola suíça IMD, um instituto especializado em gerenciar o desenvolvimento. Mas que o Brasil, depois de tantas décadas de esforços, esteja apenas mais bem situado do que África do Sul, Mongólia, Argentina e Venezuela soa como um grande fracasso. Mas é isto o que nos informa nota inserida em edição de junho de O Estado de S. Paulo, assinada pelo jornalista Eduardo Laguna. Mais: como o Kuwait tornou-se país também analisado para a estruturação deste ranking passou a ocupar a 59ª posição, no lugar do Brasil, que ocupou a 60ª. No Brasil a coleta dos dados econômicos e a pesquisa foram realizadas por equipe da Fundação Dom Cabral, considerando indicadores econômicos e pesquisas de opinião com empresários e executivos.

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