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36 Julho 2023 | AutoData INCENTIVOS » AUTOMÓVEIS Márcio de Lima Leite, no entanto, afir - ma que o programa deixa legado, ainda que lamente sua curta duração. Ele pre- feriria que os descontos durassem doze meses para adequar o setor e também incluir outros segmentos, de veículos mé- dios e acima deles: “Houve crescimento do mercado dos carros de entrada, com demanda reprimida. Acredito que haverá efeito de mais pessoas com apetite pelo carro popular”. Com o fim do programa Kalume Neto acredita que os preços dos carros retor- narão aos patamares superiores: “Haverá uma movimentação de bônus das mon- tadoras, taxas de juros incentivadas, as vendas diretas tendem a se normalizar. Sem legado. Simplesmente apagamos uma chama, mas não a origem do fogo: o problema ainda está lá”. Para o consultor da Jato fatores eco- nômicos negativos devem continuar a empurrar para baixo o mercado e as em- presas fabricantes: “A economia continua fraca, não estamos gerando demanda, o brasileiro não tem renda suficiente para comprar carro, que está com preço alto, os juros estão elevados e as instituições não estão liberando crédito”, avalia. “Ou seja: tudo leva a crer que as montadoras ainda não vão conseguir vender mais. Isso vai levar a novos lay-offs, vão pressionar o governo, mas não sabemos se haverá recurso financeiro para nova ajuda. Vamos ter de rezar para que a produção chegue a 2 milhões em 2023, indo para o quarto ano neste patamar”. A redução das taxas de juros seria um alento porque tiraria uma série de travas do mercado, a começar por uma massa de consumidores que poderia voltar a comprar veículos zero-quilômetro: “Seria uma forma mais simplificada de conseguir ampliar as vendas neste momento”, indica Kalume Neto. Lima Leite tem discurso mais otimista, justificando o porquê até agora a Anfavea não ter revisado as projeções para o ano: “Haverá uma retomada dos preços, pelo fim do benefício, e combinando isso com a redução na taxa de juros o mercado reagirá”. Fiat Fastback: nova versão T200 perdeu equipamentos para custar R$ 16 mil menos. Divulgação/Fiat

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