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83 AutoData | Junho 2023 a serem desenvolvidos integram cerca de metade do programa investimento da VWCO, de R$ 2 bilhões até 2025. Segundo o vice-presidente de vendas emarketing, RicardoAlouche, o chassi elé- trico foi concebido a partir de um projeto já elaborado, o e-Flex, modelo de ônibus híbrido plug-in apresentado na edição de 2018 do salão de veículos comerciais de Hannover, Alemanha, com propulsão 100% elétrica e um gerador a combustão adaptado de ummotor Volkswagen 1.4 TSI turboflex, bicombustível etanol-gasolina, que alimenta as baterias e estende a au- tonomia do veículo. De acordo com a VWCO o protótipo e-Flex representou a primeira fase das investigações para a escolha da tecno- logia de eletrificação mais adequada para atender aos frotistas. Estes estu- dos balizaram a decisão de evoluir para o projeto de um ônibus 100% elétrico, o e-Volksbus. O protótipo foi concebido sobre a plataforma modular para veícu- los elétricos desenvolvida pela equipe de engenharia brasileira da empresa, a mesma que inicialmente deu origem ao caminhão elétrico e-Delivery, já em pro- dução comercial no Consórcio Modular de Resende, RJ, desde 2021. PREÇO ALTO LIMITA DEMANDA O protótipo do e-Volksbus está sendo testado há quase um ano e o plano é, a partir de 2024, colocar o ônibus elétrico para rodar em testes de uso real no trans- porte coletivo de São Paulo. Devido ao cenário conturbado da economia Alouche espera receber as primeiras encomendas mais para o fimde 2023 e iniciar a produção comercial e entregas ao longo de 2024. O executivo confirma que existem clientes interessados, mas o preço ele- vado, atribuído ao custo das baterias, é uma barreira: apenas o chassi pode che- gar a R$ 2 milhões e o ônibus completo custa de duas a três vezes mais do que um modelo diesel Euro 6. “Ele não é barato. Então precisamos montar uma equação com Prefeitura, em- presários, Enel ou outra fornecedora de energia para que, economicamente, esta opção venha a ser viável”, sugere Alouche. “Hoje o empresário em São Paulo está proibido de colocar veículos a diesel na frota. Está interessado, portanto, em com- prar outra opção. A questão é como fará para pagar. O governo federal poderia dar sua contribuição com isenção de impostos ou taxas diferenciadas de financiamentos, e as prefeituras poderiam subsidiar as ta- rifas de forma mais intensa para elétricos.” Apesar dos preços altos a determina- ção da Prefeitura paulistana, de substituir os veículos do transporte público somen- te por modelos com propulsão de baixa emissão e tornar 20% da frota da cidade composta por ônibus 100% elétricos até 2024, fez surgir de imediato a demanda por aproximadamente 2,6mil chassis movidos por baterias – dos quais, segundo a SP Trans, 2,1 mil já foram encomendados e 1,5 mil devem começar a circular ainda este ano. PLATAFORMA MODULAR ELÉTRICA O protótipo em testes do e-Volksbus já foi projetado para atender aos padrões da demanda inicial da SPTrans: é ummodelo padron de 18 toneladas de PBT, peso bruto total, comcapacidade para 81 passageiros. A autonomia gira em torno de 250 a 350 quilômetros, a depender do pacote de ba- terias, que integra de oito a doze módulos. Segundo Alouche, a depender da pro- cura, outras configurações podem ser de - senvolvidas rapidamente, mais curtas ou mais longas, piso alto ou baixo. Isto porque o protótipo utiliza arquitetura modular para construção de veículos elétricos desen- volvida pela engenharia da VWCO, que agiliza a adaptação de diferentes chassis de caminhões e ônibus Volkswagen para a eletrificação. Esta plataforma elétrica é dividida em três módulos principais: frontal, central e traseiro, sendo que cada um pode re- ceber configurações diferentes e inde - pendentes, o que aumenta as possibili- dades de utilização de componentes e conceitos, ampliando as sinergias com as empresas do grupo e parceiros. Com

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