400-2023-06

AutoData | Junho 2023 81 100% elétricos BEVs, Battery Electric Vehicles, usando etanol, biometano ou eletricidade gerada na matriz energética brasileira e europeia. O estudo levou em consideração a matriz energética brasileira e as emissões com uso de diferentes tipos de energia do berço à roda, o que inclui tudo que foi emitido na fabricação dos veículos – e das baterias no caso dos elétricos e híbridos –, na produção, distribuição e queima de gasolina pura, etanol puro e gás biometano, na geração de eletricidade e infraestrutura de recarga para PHEVs e BEVs. Os resultados das projeções de emissões berço à roda dão ampla vantagem a favor dos biocombustíveis, principalmente o gás biometano. Segundo o estudo, levando em conta todo o ciclo de vida da produção do veículo ao seu uso, um carro rodando com gasolina pura emite 269,3 gramas de CO2 equivalente por quilômetro, gCO2e/km, enquanto o mesmo veículo a combustão com etanol E100 emite menos da metade, 120,9 gCO2e/km, ou três vezes menos, 73,6 gCO2e/km, com gás biometano (veja gráfico). Um híbrido fechado HEV, que se autorrecarrega só com o motor a combustão, é a combinação mais sustentável, emite ainda menos quando usa só biocombustíveis: 77,5 gCO2e/ km com E100 e 59,5 gCO2e/ km com biometano: este foi o melhor resultado do estudo. Os híbridos plug-in, recarregáveis na tomada, perdem parte da vantagem porque usam mais a propulsão elétrica e precisam de baterias maiores, que emitem mais CO2 na produção: com E100 um PHEV emite 91,4 gCO2e/ km e com biometano 85,8 gCO2e/km. Ainda assim são números melhores do que um carro a combustão com etanol, mas piores do que motores alimentados por biometano. Já um BEV, 100% elétrico a bateria, segundo o estudo levando em conta seu ciclo de vida, emite 104,8 gCO2e/km quando alimentado pela matriz energética brasileira, mais de 80% dela renovável com geração em usinas hidrelétricas, solares e eólicas. Ainda assim o resultado é pior do que qualquer híbrido combinado com etanol ou biometano ou mesmo um veículo a combustão abastecido só com biometano. Como comparação: se fosse recarregado na Europa, mais de 70% dependente de usinas térmicas alimentadas por combustíveis fósseis, este mesmo BEV emitiria 145,6 gCO2e/km, número que só é melhor do que um automóvel a gasolina, o que torna a opção de eletrificar a frota uma escolha necessária só para países que não têm disponibilidade de biocombustíveis. Arquivo/Divulgação Arquivo/Divulgação

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