400-2023-06

Junho 2023 | AutoData 74 ESPECIAL AUTODATA 400 » BIOCOMBUSTÍVEIS Desde 2008 o biodiesel é misturado obrigatoriamente ao diesel de origem fóssil no Brasil, em proporção que começou em 2% e atualmente está em 12%, o B12, com programação estabelecida para avançar 1 ponto porcentual por ano até o B15, em 2026. Com o aumento na mistura a EPE projeta que serão consumidos 9,5 bilhões de litros de biodiesel este ano, 3 bilhões a mais do que em 2022, e no horizonte até 2032 deve superar os 12 bilhões de litros. Este ano o biodiesel ganhou novas especificações técnicas da ANP, Agên - cia Nacional de Petróleo e Gás Natural e Biocombustíveis, com o objetivo de miti- gar os problemas que o biocombustível era acusado de causar a motores diesel. Segundo Rogério Gonçalves, da AEA, a regulamentação é das mais avançadas do mundo e deve garantir a qualidade que su- postamente faltava para permitir o aumento da mistura nos próximos anos. Henry Joseph Jr., da Anfavea, reco- nhece que os produtores de biodiesel têm limitações para investir na produção e concorda que a nova regulamentação da ANP deve garantir maior qualidade ao biocombustível, mitigando os problemas já relatados, mas vê com preocupação o aumento da mistura sem a rígida fiscaliza - ção de padrões: “O problema do biodiesel é que sua composição varia de acordo com a matéria-prima, que pode ser óleo de soja, de palma ou gordura animal. É diferente do etanol, que conserva a mes- ma característica independentemente se feito de cana ou de milho”. Parece não haver dúvidas de que etanol e biodiesel serão os dois biocombustíveis dominantes no País ao longo desta déca- da. A produção de ambos deve crescer a partir de ganhos de produtividade e novas fontes de biomassa, mas em paralelo gás biometano e diesel HVO devem aumen- tar substancialmente a participação dos biocombustíveis na matriz energética do transporte brasileiro. BIOMETANO E HVO AVANÇAM Biometano e HVO – sigla em inglês de óleo vegetal hidrogenado – são as mais promissoras alternativas de biocombus- tíveis no horizonte dos próximos anos. Já existem projetos avançados para a pro- dução de ambos, que têm a vantagem de ter as mesmas propriedades químicas de suas contrapartes fósseis, respectiva - mente gás natural e óleo diesel: ajudarão, portanto, a reduzir emissões de CO2 sem a necessidade de trocar um parafuso se- quer dos motores a combustão já existen- tes, ciclo otto ou diesel, o que economiza investimentos no desenvolvimento de novos motores. É consenso que a produção crescente dos dois biocombustíveis atenderá, princi- palmente, caminhões, ônibus e máquinas agrícolas. O HVO porque substitui com perfeição o diesel que impulsiona majori- tariamente a frota de veículos pesados no País e que pode ser usado misturado ou 100% puro, sem necessidade de recalibrar motores. A contraindicação é que o HVO Divulgação/Petrobras

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