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Junho 2023 | AutoData 68 ESPECIAL AUTODATA 400 » BIOCOMBUSTÍVEIS alternativas aos combustíveis fósseis, e que tem o dever de usar todas as possibi- lidades: “É preciso parar de dizer que bio- combustíveis competem com os carros elétricos. Temos de juntar as forças das tecnologias e aproveitar todos os cami- nhos, devemos usar tudo o que temos à mão para ajudar a reduzir a pegada de carbono dos transportes, seja o uso puro de biocombustíveis ou misturados aos fósseis, ou a combinação deles com a eletrificação, que parece ser a alternativa mais eficiente”. REDUÇÃO COMPROVADA DE EMISSÕES De partida está comprovado que o uso de biocombustíveis reduz as emissões de gases poluentes, não emite material particulado cancerígeno e sua queima em motores a combustão produz menos dió - xido de carbono do que qualquer derivado de petróleo – e até menos do que alguns elétricos, dependendo da comparação. Isto porque de 80% a 90% do CO2 emitidos na atmosfera por um carro a etanol ou um caminhão a biometano são reabsorvidos nas fontes desses combustíveis: as planta- ções. E esta emissão pode ser até negativa se as usinas começarem a enterrar o CO2 que produzem, em projetos que também já começam a aparecer. De acordo comdados da EPE, Empresa de Pesquisa Energética, do Ministério das Minas e Energia, o uso de biocombustíveis no Brasil, nas duas primeiras décadas deste século, reduziram em 850 milhões de to- neladas as emissões equivalentes de CO2. Desde 2003, quando foram lançados no País os primeiros carros flex bicombustível etanol-gasolina, a Unica, União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia, calcula que 630milhões de toneladas de CO2 dei- xaram de ser lançadas na atmosfera com o aumento do uso do etanol nos carros nacionais, seja o E100 puro ou o mistura- do obrigatoriamente à gasolina, hoje na proporção de 27%, o E27. Já aAprobio, que reúne produtores de biodiesel, estima em 113 milhões de toneladas de CO2 evitadas o benefício da mistura do biocombustível ao diesel no Brasil, que começou em2008. No entanto a vantagem ambiental dos biocombustíveis só pode ser comprovada quando se adota a métrica de medição de CO2 conhecida como do poço à roda, que monitora as emissões desde a pro- dução do combustível, sua distribuição e consumo. Claro que um carro elétrico tem emissão zero do tanque à roda, mas indiretamente pode emitir mais do que um motor a combustão alimentado com etanol ou biometano quando se conside- ra na conta a extração de seus insumos minerais, a fabricação de suas baterias e sua fonte de energia, que pode vir de uma suja usina térmica a carvão mineral, diesel ou gás fóssil (veja quadro mais adiante). MAIOR FROTA DE BAIXO CARBONO Por causa dos biocombustíveis que usa – sem contar os que ainda usará – o Brasil já pode ser considerado um campão Consumo projetado de biodiesel Em bilhões de litros 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 6,4 9,5 10,2 10,5 10,7 10,9 11,2 11,4 11,7 11,9 12,1 Fonte: EPE/2022