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Junho 2023 | AutoData Mas é inegável a oportunidade de se criar um modelo totalmente novo tanto para o usuário individual quanto para o setor de transportes. Essas empresas se afian - çam no imenso potencial de ummercado praticamente inexplorado e na invejável geração de energia brasileira – enquanto no Brasil 17% das emissões de CO2 são ori- ginadas na produção de energia, em todos os outros países este é o maior desafio, já quemais de 55% das emissões de CO2 nos países desenvolvidos [chegando a 76% na China] advêm da geração de energia. “Hoje operamos no Brasil o que se chama Mobilidade Elétrica 1.0, com star- tups oferecendo serviços ponta-a-ponta, comprando energia limpa e utilizando em carregadores que não estão conectados. Tudo sem incentivos”, nota Davi Bertoncello, CEO da Tupinambá Energia & Mo - bilidade, que fornece recar- regadores. “Mas em alguns anos operaremos no mo- delo de Mobilidade Elétrica 4.0, um ecossistema mais elaborado com players que entregam serviços específi - cos ao cliente.” A consolidação deste setor deve começar com a separação das atividades com empresas responsáveis pela entrega da ener- gia limpa para as que operamos pontos de carregamento. Há também o desafio de conectar todos os carregadores para que possam prestar um serviço mais eficiente. Isto só ocorrerá a partir da disponibilidade da rede de conexão móvel 5G. Para Paulo Raia, responsá- vel pelas operações da Zletric, que comercializa soluções para o carrega- mento de elétricos, omercado crescerá exponencialmente “a partir de 2027, quan- do haverá a equiparação de preços: um veículo elétrico passará a custar a mesma coisa ou até menos do que um carro a combustão”. Ele projeta que em 2030 algo como 6% das vendas no Brasil serão de eletrificados “e até lá aumentaremos em mais de dez vezes nossas operações”. Porém a demanda de recarregamen- to elétrico no Brasil ainda está longe dos mercados mais avançados como a Europa, onde para cada carregador existem dez carros. Nos Estados Unidos são doze para cada estação de carregamento. Berton- cello, da Tupinambá, aponta: “No Brasil são mais de trinta carros para cada car- regador de baixa potência. Temos que avançar muito, principalmente na oferta de carregadores rápidos”. Enquanto a Tupinambá ainda atua no negócio ponta-a-ponta a Zletric temo foco no serviço de carregamento, oferecendo soluções residenciais, para condomínios, lugares privados intermunicipais, além de pontos de carregamentos para frotistas. “Operamos 3 mil carregadores de corrente alternada [AC] e 200 de corrente contínua [DC]. Em cinco anos vamos para 30 mil carregadores AC e 1 mil DC”, projeta Raia. O serviço da recarga de elétricos pas- sará a ser explorado por outras empre- sas a partir de agora. Ainda é incipiente a oferta de carregamento público na malha viária nacional. Mas este gargalo também está para mudar. A expectativa é que até 2030 seja possível acessar um ponto de carregamento a cada 150 quilômetros nas principais rodovias do País. Assim a mobilidade 100% elétrica ganhará maior confiança do consumidor. FIM DA RECARGA GRÁTIS Adegustação dos serviços de recarga já está no fim e a partir de agora o motorista terá de pagar para abastecer seu carro elé- trico, salvo alguns pontos, como shoppings ou concessionárias, que ainda usam os carregadores como atrativo para o cliente, mostra Bertoncello: “Temos pesquisas que mostram que as pessoas querem pagar. Mas pagar o preço justo”. Divulgação/Zletric 64 ESPECIAL AUTODATA 400 » ELETRIFICAÇÃO

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