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AutoData | Junho 2023 China frustrou algumas expectativas do consumidor. Havia reclamações com a autonomia, a oferta de modelos e o tem- po para abastecimento, assim como com a matriz energética que, sabemos, não é limpa como no Brasil. Mas isso já está mudando por lá”. AMoura está preparando sua estratégia para os próximos dez anos consideran- do este segundo momento dos modelos 100% elétricos e, também, novas oportuni- dades que podem surgir para as baterias: “Como já acontece na China, nos Estados Unidos e na Europa veremos aqui umcres- cimento exponencial de pontos de recarga. Veículos com maior autonomia e alguns novos negócios a partir da utilização das baterias para armazenamento estacioná- rio de energia, além da reutilização dos materiais nobres na linha de produção. E o pós-venda promete diferenciar aqueles que se especializarem na eletrificação”. Assim como a Moura, que monta bate- rias de lítio para o e-Delivery da Volkswa - gen Caminhões e Ônibus, a Borgwarner começou este ano sua operação de mon- tagem de baterias para equipar os chassis de ônibus da Mercedes-Benz. Além dos dois tradicionais fornecedores a chine- sa BYD, que monta chassis de ônibus elétricos em Campinas, SP, desde 2015, inaugurou em 2020 uma unidade de mon- tagem de baterias em Manaus, AM, para fornecimento próprio. Recentemente a Suspensys, do Grupo Randoncorp, juntou- -se ao grupo e anunciou investimento de R$ 60 milhões para montar baterias em Caxias do Sul, RS. As empresas realizam processo se- melhante: recebem as células de lítio importadas, principalmente da China, e adicionam aqui o cabeamento e sistemas de gerenciamento eletrônico nos módulos de bateria, muitos destes itens já nacio- nalizados. No caso da Borgwarner os três itens fei- tos no Brasil são o BMS, módulo de geren- ciamento da bateria, o DCU, componente que recebe a energia vinda do carregador, e o Junction Box, caixa responsável por integrar todos os sistemas elétricos do veículo e suas baterias. Marcelo Rezende, diretor para sistemas de bateria da Bor- gwarner, observa que sua “expectativa é de que o segmento de veículos comerciais elétricos cresça 400% nos próximos cinco anos no Brasil”. Também é comum a estas empresas o desenvolvimento não apenas de fornece- dores para softwares emódulos de contro- le mas, ainda, novos negócios após o uso das baterias nos veículos: armazenamento de energia estacionária e reciclagem. CRIAR A CADEIA “Uma grande preocupação que te- mos é que o Brasil não pode ficar para trás. Precisamos aproveitar a matriz limpa como o etanol, mas não podemos deixar de investir na eletrificação. Se a indústria pensar em eletrificação apenas em 2032 ficaremos totalmente desatualizados com Infraestrutura de recarga no Brasil ainda in Distribuição da infraestrutura de recarga no Brasil (2022) Fonte: Anuário 2022 da PNME SP; 588; 47% DF; 100; 8% RS; 100; 8% SC; 100; 8% MG; 75; 6% PR; 63; 5% RJ; 63; 5% BA; 25; 2% ES; 25; 2% GO; 25; 2% Outros; 88; 7% Recarregadores de veículos elétricos no Brasil Fonte: EPE, Anuário 2022 da PNME 61

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