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AutoData | Junho 2023 segundo estudos de consultorias e en- tidades consultadas, este mercado não ocupará 10% das vendas totais. Por causa de sua invejada matriz ener- gética, que tem cerca de 80% da geração de eletricidade a partir de fontes reno- váveis em usinas hidrelétricas, eólicas e solares, aliado à ampla produção e distri- buição de biocombustíveis como etanol, biodiesel e biometano, quase neutros em carbono, o País não terá de fazer tantos esforços para atingir as metas globais estipuladas pelo Acordo de Paris e des- carbonizar não só as fontes de energia mas a mobilidade em praticamente to- dos os seus modais, além das atividades industriais. greenbutterfly/shutterstock DEMANDA CRESCENTE POR ENERGIA Mesmo com a confortável posição de não precisar eletrificar toda sua frota, dentre as fontes de energia a eletricida- de é a que apresentará a maior taxa de crescimento da demanda no País neste decênio: 9% ao ano segundo o estudo do EPE, Empresa de Pesquisa Energé- tica, vinculada ao Ministério de Minas e Energia. Até 2032 todas as atividades que demandam o uso de energia elétrica con- sumirão 814 terawatt/hora [TWh]. Hoje o País utiliza 656 TWh. A mobilidade sobre rodas seguirá em franca evolução com o transporte de cargas crescendo 3,2% ao ano e o de passageiros, considerando a mobilidade pública e privada, 6%. A vocação rodoviá- ria do transporte do PIB no Brasil manterá seu protagonismo nos próximos anos e não há qualquer indício de que deixará de representar 90% da demanda energética da mobilidade, neste caso de energia gerada sobretudo a partir de combustí- veis fósseis, o já estabelecido diesel e o crescente gás natural. Entretanto, considerando a necessida- de de energia elétrica para a mobilidade, o segmento de transporte de passageiros terá um crescimento projetado em 2,7% ao ano, movimento mais acelerado do que o transporte de cargas, que deman- dará 1,6% mais energia ao ano para esta atividade. Todas essas projeções, contidas no Estudos do Plano Decenal de Expansão de Energia 2032, da EPE, demonstramque há oportunidades para a eletrificação da mobilidade no transporte emuitas empre- sas, algumas já consolidadas na cadeia automotiva e outras que estão chegando agora, começam a estabelecer rotas para esta transição realizando investimentos. Mas é preciso também ter conheci- mento sobre a participação dos combustí- veis fósseis nessa equação, para não correr o risco de elaborar estratégias ousadas para a eletrificação que depois não serão concretizadas. O óleo diesel continuará como a principal fonte energética do setor de transportes brasileiro, com o consumo 57

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