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AutoData | Junho 2023 o processo de propulsão de baixo car- bono”, conta Uallace Moreira , secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços do MDIC, Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. “A previsão de anúncio é para julho ou agosto e lançamento em novem- bro deste ano.” O programa, segundo o secretário, está bem encaminhado com algumas metas em discussão, especialmente a de au- mentar a eficiência energética média dos veículos vendidos no País em porcentuais que vão de 12% a 15% nos próximos cin- co anos, com medição pelo método do poço à roda, que considera as emissões de CO2 de toda a cadeia de produção, distribuição em uso de combustíveis, seja gasolina, etanol ou eletricidade. Também serão incluídos índices de reciclabilidade de materiais e a evolução em sistemas de segurança já previstos. Moreira revela que um objetivo adicio- nal está sendo negociado: “Outro ponto que está sendo discutido dentro das me- tas é uma maior inserção internacional do setor automotivo, tanto de peças e com- ponentes como de carros, no comércio internacional. Por que isto? Porque é um setor que tem um coeficiente de inserção internacional via exportação muito baixo. Então, para este segundo ciclo, discutimos a possibilidade de construir comos setores uma meta de exportação”. Para o secretário o setor automotivo, com segmentos de alta e média com- plexidade tecnológica, contribuiria muito com o aumento em volume e qualidade da exportação brasileira, em movimento que que ele chama de neoindustrialização. Eis o grande debate: qual é a rota tec- nológica que tornará viável esta maior inserção internacional e a neoindustriali- zação do País? Quais são as possibilidades de exportação com o uso de sistemas de propulsão híbridos com etanol? O secretário garante que não existe, no MDIC, nenhum direcionamento para a tecnologia A, B ou C: “Nós partimos do princípio que o Rota 2030, neste segundo ciclo de baixo carbono, temde estar aberto a essas explorações de rotas tecnológicas e colocar o Brasil na fronteira. Este é o nosso posicionamento”. MEDIÇÃO DO POÇO À RODA O etanol e outros biocombustíveis brasileiros são tema de discussões por entidades e especialistas. Para medir a meta de eficiência energética do carro emmegajoules por quilômetro até então utiliza-se o índice do tanque à roda – o que obviamente favorece carros elétricos que nem escapamento têm mas podem ser recarregados com energia de fontes emissoras de grandes volumes de CO2, como usinas térmicas a carvão ou diesel. Já as emissões de CO2 aferidas do poço à roda favorecemos biocombustíveis por- que a maior parte do que emitem é reab- sorvida pelas próprias plantações de cana, mas impor metas de eficiência lastreadas nessas medições é algo de difícil controle, porque não é possível estimar qual será a escolha do consumidor ao abastecer, que emumcarro flexmuitas vezes vêmais vantagemem colocar gasolina no tanque. Aopção por etanol ou gasolina interfere drasticamente nas emissões do poço à roda. Henry Joseph Jr, diretor técnico da Anfavea, conta que esta meta está tra- vando as negociações: a entidade sugeriu usar uma média de emissões do poço à roda de acordo com o consumo médio projetado para cada combustível, algo que já é feito anualmente pela EPE, Em- presa de Pesquisa Energética, ligada ao Ministério das Minas e Energia. Contudo é uma projeção que muda todo ano e por isto não serviria para fixar um número para os próximos cinco anos: “Émuito importante para o Brasil instituir amedição de emissões do poço à roda pois temos o etanol. Mas é preciso encontrar uma equação adequada para atrelar essa medição às metas de eficiência”. VANTAGEM DA MATRIZ LIMPA Moreira, do MDIC, espera que em julho ou agosto os padrões dessa medição, em construção, estejam consolidados. Para ele medir do poço à roda é um ciclo mais Divulgação/MDIC 49

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