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Junho 2023 | AutoData De acordo com Márcio de Lima Lei- te, presidente da Anfavea, entidade que representa os fabricantes de veículos instalados no Brasil, já há três anos as filiais brasileiras têm “se saído muito bem” em realizar investimentos com recursos próprios: “Pode ter a certeza de que in- vestimentos recorde serão anunciados no próximo ciclo, uma parte financiada por recursos locais, outra com financiamento das matrizes”. O Brasil, frisa o presidente da Anfavea, não aposentará os motores a combustão tão cedo, porém os propulsores tendem a reduzir cada vez as emissões a partir da adoção emmaior escala de biocombustí- veis, como o etanol, que podem trabalhar em conjunto commotores elétricos, hoje importados: “Há uma compreensão de que esta será uma longa travessia, dadas as con- dições socioeconômicas, geográficas e energéticas do Brasil. A solução imediata dos biocombustíveis nos coloca à frente de todos os outros países em termos de redução dos impactos ambientais da frota circulante”. INOVAÇÃO Segundo Paulo Cardamone, da Bright, os recursos de pesquisa e desenvolvi- mento não são aplicados adequadamen- te na indústria automotiva. Ele nota que muitas vezes eles ficam parados por falta de projetos. O País precisa definir como será a transição tecnológica nos próximos quinze anos. A partir da atualização de programas como Rota 2030, RenovaBio e Procon- ve, com alinhamento de metas de todos eles, o Brasil pode planejar ações para estimular a adoção de novas tecnologias, como redução do IPVA de carros eletri- ficados, eliminação de incentivos tribu - tários a tecnologias que não contribuam para redução das emissões, bem como mudanças de legislação para ampliar a oferta de energia excedente. Estimular e fortalecer o mercado de créditos de carbono, de modo a recom- pensar empresas que investem, por exemplo, em frotas de baixa emissão de carbono, representa também uma forma de o governo acelerar a transição energética. Divulgação/Volkswagen 42 ESPECIAL AUTODATA 400 » POLÍTICA INDUSTRIAL