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AutoData | Junho 2023 O projeto parece ter convencido o go- verno que promete lançar, até o fim do ano, um amplo plano de política industrial, sendo que a segunda fase do regime au- tomotivo Rota 2030 faz parte desta frente. Em artigo sobre neoindustrialização no Estadão em 25 de maio, Dia da Indústria, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, apontaramas oportunidades de o Brasil embarcar carros emotores flex amer - cados aptos a usar etanol na Ásia, África e América Latina. Escreveramque “a redução do uso de combustíveis fósseis na indústria automotiva se dará com o carro elétrico, mas também com biocombustíveis”. CAMINHO DIFÍCIL Há, porém, desafios. Um deles é finan - ciar uma rota alternativa quando o dinheiro das matrizes está sendo em larga escala Divulgação/Toyota consumido pelos projetos de eletrificação, enquanto do lado do governo restrições fiscais impedem apoio mais pesado. Em paralelo, dentro de sua proposta de transi- ção eclética, na qual múltiplas alternativas vão concorrer ao menor uso da gasolina e do diesel, o País também terá de pensar em caminhos para introduzir as tecnolo- gias de um futuro de mobilidade elétrica. Como observa a consultora Leticia Costa, sócia da Prada Assessoria Empre- sarial, a rota do carro flex já representa umgrande avanço em termos ambientais, porém precisa ser complementada por tecnologias de eletrificação se o Brasil quiser ser um player relevante na indús- tria mundial: “Terá que, no mínimo, entrar comveículos híbridos, mas não podemos parar no híbrido flex. Temos que ter um plano para alcançar veículos com outros biocombustíveis e hidrogênio no futuro”. Não bastassem os desafios da transi - ção tecnológica será preciso, ainda, di- namizar a demanda doméstica e acessar mercados internacionais para preencher metade da capacidade que está hoje ociosa nas montadoras, impedindo que outras marcas tomem o rumo da Ford e da Mercedes-Benz, que desistiram de produzir carros no Brasil. PROPOSTAS Para esta edição AutoData ouviu con- sultores e representantes da indústria, as- sim como esmiuçou planos de reindustria- lização levados ao governo por entidades industriais, para vislumbrar algumas das ações cruciais ao futuro no curto, médio e longo prazos das fábricas de veículos e seus fornecedores. Há dentre as avaliações um endosso à prioridade dos biocombustíveis no conjun- to das rotas tecnológicas, dado o entendi- mento de que o alto custo da tecnologia e os pesados investimentos necessários em infraestrutura tornam inviável a transição rápida aos automóveis elétricos. Algumas das ações aguardamvotação no Legislativo, como o marco legal das garantias, que tem como objetivo ampliar o acesso e reduzir o custo do crédito, o que 39

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