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AutoData | Junho 2023 Amesma pergunta volta a ator- mentar este importante setor indus- trial brasileiro no momento em que o mercado doméstico de veículos anda de lado, as exportações não decolam e a capacidade ociosa das fábricas, na casa dos 50%, não faz jus aos investimentos bilionários aportados nas últimas três décadas – seguramente algo que ultrapassa os R$ 300 bilhões. Ao mesmo tempo as matrizes no Exterior não podem ou não querem mais ajudar suas subsidiárias aqui porque estão muito mais focadas no que de fato interessa: em investir bi- lhões em carros elétricos para mercados desenvolvidos. E nós aqui? Como ficamos? Passa da hora de redesenhar a agenda do setor de acordo com o interesse nacional de gerar emprego, renda e tecnologia aqui mesmo, antes que o País se transforme totalmente em exportador de commodities de baixo valor agregado e importador de bens que poucos podem comprar. Pautada por este dilema AutoData se debruçou sobre os possíveis temas de uma agenda de recuperação indus- trial do setor automotivo que, ainda bem, voltou ao centro das atenções do gover- no. Por coincidência histórica ou destino imprevisível as próximas cem edições da revista, até o número 500, devem al- cançar 2032, justamente o ano em que termina o programa Rota 2030 e todos os especialistas voltam seus olhares para tentar prever o que acontecerá com esta indústria até lá – será possivelmente uma década do vai-ou-racha, com possível resposta àquela pergunta da economista Dorothea Werneck. Para tentar responder a esta pergunta crucial AutoData preparou cinco repor- tagens especiais nas páginas seguintes desta edição que abordam os principais temas da agenda posta à frente. Tentamos mostrar quais são as possíveis soluções para reaquecer o mercado interno – para além de medidas tópicas de curto pra- zo –, quais políticas podem estimular a necessária reindustrialização ou neoin- dustrialização do País, como vai progredir a segunda fase do programa Rota 2030 com metas e incentivos aos fabricantes de veículos e autopeças, em que medida podemos adotar tecnologias de propul- são elétrica e, não menos importante, como a riqueza dos biocombustíveis pode transformar o Brasil em uma potên- cia bioenergética para alimentar veículos de baixa emissão de CO2. Está tudo aí nas próximas páginas, que são só o início do caminho para a indústria nos próximos dez anos, emmuitos passos que certamente continuarão sendo relata- dos em mais cem edições de AutoData . 31 om the Top lo Pereira, a Unicamp

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