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27 AutoData | Junho 2023 O diretor da BorgWarner para sistemas de baterias no Brasil, Marcelo Rezende, afirmou que as sistemistas já começaram a identificar demandas dasmontadoras e a desenvolver softwares, bemcomo progra- mar investimentos em novas tecnologias: “Os volumes ainda são baixos. É possível planejar para daqui a cinco ou dez anos”. NACIONALIZAÇÃO ELÉTRICA Mas nem todas optaram por esperar tanto. Duas empresas de capital nacional decidiram dar o primeiro passo e fornecer baterias e eixos elétricos, ainda que para número reduzido de seus clientes. Cristiane Assis, gerente do negócio de baterias de lítio do Grupo Moura, contou que os estudos para mapear a indústria, no Brasil e no Exterior, começou em 2018: “Havia movimento de prefeituras, espe- cialmente, que buscavamônibus elétricos para descarbonizar o transporte público. A Colômbia, por exemplo, começou já a fazer essamigração. Então, diante daquele dilema de quem vem primeiro, o ovo ou a galinha, decidimos investir, pois nossa intenção é produzir aqui, gerar receita, co- nhecimento e empregos no Brasil”. AMoura integra o e-Consórcio, que pro- duz oe-Delivery, daVolkswagenCaminhões eÔnibus, emResende, RJ. Boapartede seus componentes para a montagem das bate- rias do caminhão, porém, ainda é importada: “Ovolume não justifica ainda a produçãodas células da bateria aqui. Fizemos o caminho oposto: começamos a montar os packs, depois os módulos para, quando houver demanda, fazermos também as células. O importante foi dar este primeiro passo para ajudar a criar o mercado”. Carlos Eduardo Beraldo, coordenador de eletromobilidade da Suspensys, usou o mesmo discurso. A empresa de Caxias do Sul, RS, que integra a Randoncorp, antiga Empresas Randon, fornece eixo elétrico e começa a investir na produção de baterias: “No Brasil a eletrificação começou com mais força nos veículos comerciais pesados. Fizemos uma triagem com fornecedores locais, mas o grosso mesmo vem da Ásia”. TantoAssis como Beraldo disseramnão ter na eletrificação uma solução única para a indústria no mundo: haverá diversas al- ternativas, diferentes para cada região. O importante é, ao menos por enquanto, ter um pé em cada uma delas.

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