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23 AutoData | Junho 2023 O timing foi criticado por alguns partici- pantes, embora amaior parte reconheces- se a importância domovimento do governo. As medidas, porém, não resolvem a situa- ção da indústria, que bateu emum teto de 2 milhões deveículos/ano e dificilmente sairá disto enquanto a economia não crescer. Besaliel Botelho, ex-presidente da Bos- ch América Latina e consultor da Bright Consulting, afirmou que o trabalho da in - dústria deverá ser ampliar o conteúdo local destes 2 milhões de veículos, o que traria ganhos de escala para os fornecedores e ampliaria as possibilidades, inclusive, de ganhar competitividade em contratos de exportação: “Não é criando um carro popular que o mercado voltará a crescer. O consumidor não permitirá o retrocesso tecnológico, não abrirá mão de itens de conforto e de entretenimento. Sabe que os encontrará nomercado de seminovos. Es- tes, sim, os mais de 10milhões de veículos usados, formam o segmento de entrada”. COMPRAS LOCAIS Durante o evento o Grupo Iveco infor- mou que deseja ampliar a fatia dos R$ 7,1 bilhões que projeta, em 2023, investir em compras de componentes para suas operações sul-americanas. Hoje 69% dos fornecedores estão no Brasil e na Argen- tina, segundo George Ferreira, diretor de compras para América Latina: “Ainda temos espaço para aumentar a localização de componentes e estamos abertos a conversas com toda cadeia de fornecimento instalada no Brasil e naArgen- tina. Estamos no ciclo de investimento de R$ 1 bilhão até 2025 e 12% deste valor serão dedicados à localização de novos itens”. A escala de produção é o ponto chave para a tomada de decisão da Iveco, que acredita haver oportunidades emdiversas áreas, como peças plásticas e metálicas para cabine, comandos de válvula, eixos, turbos e componentes fundidos. Sua ex-companheira de grupo, a CNH Industrial, de quem a Iveco se separou no passado, apura as economias e avanços dos processos de nacionalização tocados com seus fornecedores nos últimos anos, de acordo com Cláudio Brizon, diretor de compras para a América Latina. Ele disse que o Programa Super, sigla de Supplier Performance, incentiva a cadeia de forne- cimento a trazer novas ideias: “Os parceiros

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