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60 Maio 2023 | AutoData INDÚSTRIA » NACIONALIZAÇÃO Gleide Souza, diretora de relações go- vernamentais do Grupo BMW no Brasil, conta que a empresa não utiliza os regimes especiais, criados no ano passado, para reduzir o imposto de importação de carros desmontados emCKD ou semimontados em SKD – como faz a Audi na fábrica da Volkswagen em São José dos Pinhais, PR. “Nós somos classificados como fabri - cantes porque nacionalizamos diversas peças e temos processos completos de produção, por isto estamos em outro re- gime tributário normal de importação de autopeças.” Segundo a diretora a BMW não tem grande acúmulo de créditos tributários de restituição do super-IPI criado em 2012 pelo Inovar-Auto. Isto porque foi a primeira fabricante premium a iniciar operação in- dustrial no País dentro do regime especial do programa – que sobretaxava com 30 pontos porcentuais o IPI de veículos impor- tados mas isentava da cobrança os carros que as empresas decidissem produzir lo- calmente. Com o fim do Inovar-Auto, em 2017, o governo parou de devolver esses créditos acumulados e os maiores pre- judicados foram Audi e Mercedes-Benz, que antes de investir em fábricas no Brasil importaram muitas unidades pagando o IPI majorado. SEM ELÉTRICOS NO MOMENTO Araquari ainda não foi incluída nos planos globais de eletrificação do Grupo BMW, que até 2025 pretende ter, no míni- mo, um carro elétrico para cada segmento no qual atua. Como no Brasil os elétricos são isentos de imposto de importação, que normalmente é de 35%, e os híbridos pagam alíquota de 2% ou 4%, dependen- do da eficiência energética, a montagem nacional desses carros não encontra via- bilidade econômica, porque é mais barato importar os veículos inteiros. Mesmo sob a perspectiva de que o governo voltará a cobrar o imposto de importação desses modelos, de forma gradual, a partir do segundo semestre, Escobedo afirma que no momento não há planos para a montagem, emAraquari, de híbridos ou elétricos, que continuarão a ser importados: “Ainda não temos certeza sobre o que vai acontecer, não há nada de concreto. Precisamos de previsibilidade e mais apoio para veículos eletrificados nos Brasil”. Gleide Souza afirma que tudo depende dos próximos passos da política industrial: “Temos oportunidades aqui para fazer elé- tricos e híbridos, mas para aproveitá-las precisamos da previsibilidade da nova po- lítica do Rota 2030 [em discussão]”.

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