399-2023-05

» EDITORIAL AutoData | Maio 2023 Diretor de Redação Leandro Alves Conselho Editorial Isidore Nahoum, Leandro Alves, Márcio Stéfani, Pedro Stéfani, Vicente Alessi, filho Redação Pedro Kutney, editor Colaboraram nesta edição André Brarros, Caio Bednarski, Lúcia Camargo Nunes, Soraia Abreu Pedrozo Projeto gráfico/arte Romeu Bassi Neto Fotografia DR e divulgação Capa Fotos divulgação Comercial e publicidade tel. PABX 11 3202 2727: André Martins, Luiz Giadas e Luiz Martins Assinaturas/atendimento ao cliente tel. PABX 11 3202 2727 Departamento administrativo e financeiro Isidore Nahoum, conselheiro, Thelma Melkunas, Hidelbrando C de Oliveira, Vanessa Vianna ISN 1415-7756 AutoData é publicação da AutoData Editora e Eventos Ltda., Av. Guido Caloi, 1000, bloco 5, 4º andar, sala 434, 05802-140, Jardim São Luís, São Paulo, SP, Brasil. É proibida a reprodução sem prévia autorização mas permitida a citação desde que identificada a fonte. Jornalista responsável Leandro Alves, MTb 30 411/SP autodata.com.br AutoDataEditora autodata-editora @autodataeditora Por Pedro Kutney, editor O que justifica investir no Brasil J á há alguns anos o mercado brasileiro de veículos tornou-se pe- queno demais para tantos fabricantes instalados aqui, mais de vinte, que operam mais de quarenta fábricas de automóveis, utilitários leves, caminhões, ônibus, motores e componentes. Isto sem contar os importadores. É muita coisa para o Brasil que mal está consumindo 2 milhões de veículos em cada um dos últimos três anos, volume que não se espera ser diferente neste 2023, deixando ociosa mais da metade da capacidade de produção que, dizem, é de 4,5 milhões de unidades/ ano. As exportações, que mal chegam a 400 mil/ano, também não são suficientes para aliviar a ociosidade. Com estes números o País representa algo como 2% do mercado global, porcentual que torna ainda mais relevante a irrelevância do País para os principais atores globais desta indústria. Ainda assim, há interes- sados em continuar produzindo com investimentos vultosos por aqui, como comprovam três histórias que podem ser lidas nesta AutoData. AToyota encerrou recentemente um ciclo de R$ 1 bilhão e, em abril, anunciou que vai colocar mais R$ 1,7 bilhão para fazer em Sorocaba, SP, mais um carro híbrido flex, desta vez um compacto. A BMW finalizou aportes de R$ 500 milhões em Araquari, SC, para montar lá a mais re- cente geração do X1, em linha que opera com grande ociosidade mas já recebeu R$ 1,8 bilhão desde a abertura da fábrica, em 2014. E a nova entrante Great Wall Motor, que em 2021 comprou fábrica abandonada pela Mercedes-Benz em Iracemápolis, SP, acertou com o governo paulista algumas arestas sobre impostos para seguir com seu plano de investir R$ 4 bilhões, até 2025 – dos R$ 10 bilhões prometidos em dez anos –, e iniciar a produção nacional de veículos híbridos flex em 1º de maio de 2024, com baixa expectativa inicial de fazer 20 mil veículos/ano. Se as condições de volumes não são nada boas, só há duas justifica - tivas possíveis para o Brasil seguir recebendo investimentos da indústria: o lucro por carro vendido deve ser bem atraente – o que é sempre ne- gado por onze a cada dez fabricantes – ou então a fé no futuro melhor é tanta que embaça o presente pior.

RkJQdWJsaXNoZXIy NjI0NzM=