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43 AutoData | Maio 2023 regime para o maior número possível de participantes da cadeia de suprimentos. Algumas fabricantes já estudam colocar o Recof como exigência para se tornar um fornecedor. A GM adotou o Recof no fim de 2018, contou com a consultoria da KPMG, e hoje é a maior operadora integrada ao regime no Brasil. Estimativas extraoficiais dão con - ta que, desde então, economizou cerca de R$ 1 bilhão em custos e impostos. A intenção agora é estender o uso do regime para os fornecedores. Alexandre Machado, gerente de co- mércio exterior da GM, estima que perto da metade dos seus fornecedores temcondi- ção de se enquadrar no Recof, ampliando substancialmente os ganhos do uso do regime: “É dinheiro que fica no caixa até você vender ou exportar o produto. Imagi - ne o quanto isto nos ajudou na pandemia, quando as vendas caíram abruptamente. Agora é do nosso interesse dar todo apoio aos fornecedores para o enquadramento no Recof e até passar a exigir a habilitação deles, que já é um diferencial para ganhar um contrato de fornecimento”. A eliminação deste custo Brasil tam- bém torna viáveis investimentos e já fez a subsidiária brasileira da GM ganhar expor- tações. Segundo conta Machado a adesão ao Recof e a consequente redução de custos foi fator fundamental para que a subsidiária brasileira passasse a exportar para o México o SUV compacto Tracker, produzido em São Caetano do Sul, SP, desde 2020. Até então a geração anterior do carro era importada da fábrica mexi- cana para o mercado brasileiro. A adesão da GM ao regime de suspen- são de tributos foi tão forte que a empresa até criou o cargo de analista de Recof, fun- ção exercida por Anderson Santos Melo: “Quando o dinheiro entra no caixa é fácil aprovar o projeto, mas o ganho financeiro não é o único benefício do Recof. O re- gime também organiza os processos da empresa de estoques, escrituração fiscal, compras, logística, vendas, ajuda em tudo”. EXIGÊNCIAS E BENEFÍCIOS A adesão ao Recof não é exatamente um passeio no parque: há exigências e leva tempo para instalar, testar e colocar o sistema informatizado para rodar com robustez, “mas não é nada fora das obri- gações que os departamentos de qual- quer empresa têmde ter”, conta Alexandre Machado, da GM. O especialista da KPMG Carlos Ottoni aconselha considerar o horizonte de três a nove meses para a adoção e adaptação completa ao Recof, com o acompanha- mento de consultores especializados. Segundo ele os custos de habilitação variam muito, dependem da atividade e do tamanho da empresa, mas o retorno do investimento é rápido: de seis meses a um ano. Quando foi criado, há cerca de vinte anos, o Recof era um instrumento direcio- senivpetro/Freepik

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