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23 AutoData | Maio 2023 A partir do segundo trimestre os fabri- cantes de implementos devem começar a sentir, de fato, a retração nas vendas. Al- cides Braga, presidente da TruckVan, as- sinalou que a preocupação é enxergar o resto do ano, decifrar como o setor fará para completar a carteira: “Até 2021 trabalhamos com seis meses de pedidos em carteira, alguns fabricantes tinham até mais. Já em 2022 tivemos volume muito mais justo e competição muito acirrada”. “Parece que o ano começa agora”, pon- tua José Carlos Sprícigo, presidente daAn- fir, que reúne os fabricantes do segmento, que também preside a Librelato. Ele citou que a inadimplência é uma preocupação porque os bancos, além de aumentarem as taxas, estão mais restritivos. Segundo o dirigente, hoje, por causa do desconfor- to no processo de aprovação de crédito as associadas têm, em média, carteira de pedidos para sessenta dias. Para 2023 a Anfir espera recuo de 9% nos negócios, totalizando 145 mil produ- tos vendidos, sendo 75 mil carretas e 65 mil carrocerias de carga – portanto, queda porcentualmenor do que a aguardada para caminhões. Sprícigo conta: “Embora o setor de caminhões fale em queda de 15% a 20%, dentro do segmento de implementos ro- doviários há um impacto menor emvirtu- de da comparação com a linha pesada, pois vendemos um rodotrem, que são três unidades, e um bitrem, que são duas. Temos um estudo dentro da associação: para cada extrapesado vendido são três implementos”. RETOMADA LENTA Aprodução de veículos comerciais pe- sados voltará ao patamar de 200mil unida- des, atingido em 2013, apenas depois de 2028. Até lá o mercado deverá absorver cerca de 160 mil caminhões e ônibus no- vos por ano. É o que projeta Fábio Ferra- resi, diretor da Power System Research, consultoria especializada no mercado de veículos pesados. Para Ferraresi apenas na segunda me- tade de 2022 o segmento deverá começar a se recuperar: “Mais para o fim do ano deverá haver a estabilização do efeito da troca de governo, novos planos no campo fiscal, condições melhores de juros e finan - ciamentos, demanda reprimida e pressão por renovação de frota. Ou seja: esperamos por uma renovação de mercado”. Mesmo assim, para 2023, somados ca- minhões e ônibus, a perspectiva é de 148 mil unidades produzidas e 136mil vendidas. Ferraresi lembrou que em 2013 o volume fabricado foi de 223mil unidades, enquanto os emplacamentos somaram 182 mil.

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