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54 Abril 2023 | AutoData MERCADO » PERFIL linha no mercado brasileiro o Etios hatch e sedã, em 2021, até então seu modelo mais em conta. A opção por versões mais equipadas se repete em outras marcas. Gómez, da Nissan, acrescenta que a preferência dos clientes tem recaído para as opçõesAdvan- ce e Exclusive do Kicks, as duasmais caras, que têm preços a partir de R$ 130 mil 690. Outras marcas foram até mais radicais ao trilhar o caminho dos SUVs. A Citroën, por exemplo, atualmente vende no País apenas dois modelos: o compacto C3, que ganhou cara de utilitário esportivo, e o SUV compacto C4 Cactus. Já a Caoa Chery investe fortemente na linha de SUVs Tiggo 5, 7 e 8, emboramantenha emoferta o sedã híbrido Arrizo 6 e o elétrico iCar. TÍQUETE NAS ALTURAS Com a elevação da participação de vendas dos SUVs compactos o preço mé- dio dos veículos também avança. “Todo mundo quer comprar e o tíquete médio é alto”, diz Kalume Neto, da Jato. “Para a indústria este fator une o útil ao agradável.” De acordo com levantamento da con- sultoria o tíquete médio, que era de R$ 76 mil 430, em 2019, atualmente saltou para R$ 139 mil 471, uma alta de 82% em quatro anos. A inflação oficial ficou em 28,26% no período de fevereiro de 2019 a fevereiro de 2023. “O tíquete médio está mais do que o dobro do carro mais barato do País”, ob- serva Kalume Neto. Atualmente, o veículo mais acessível é o Renault Kwid Zen, que parte de R$ 68 mil 190. Para o executivo da Jato após o pico de preços, verificado em 2021, a partir de agora a tendência é que os reajustes sigam a inflação. Gómez, da Nissan, alerta para o fato de que o setor ainda está sujeito à falta de componentes e que eventual escassez tende a gerar aumentos: “Se falta em um fornecedor e você precisa trazer de um lugarmais distante isto gera custo adicional de frete”, exemplifica. AToyota acrescenta que, além dos custos de produção e lo- gística, que cresceram “de forma razoável” desde 2020, o dólar tambémdisparou, im- pactando no preço dos carros. Com um lucro maior sobre as vendas os SUVs têm colaborado para o aumento do faturamento das montadoras. Dados da Jato dão conta de que, depois de uma queda de faturamento bruto, de 2019 para 2020, de R$ 220 bilhões para R$ 182 bilhões, motivada pela paralisação de produção das empresas, no períodomais drástico da crise sanitária, as receitas voltaram a subir. Segundo a consultoria as vendas somadas cresceram para R$ 241 bilhões em 2021 e alcançaram R$ 276 bilhões em 2022. Para este ano a previsão da Jato é que ultrapas- sem os R$ 300 bilhões e cheguem a R$ 318 bilhões. Agradeça aos SUVs. Divulgação/Citroën Divulgação/Renault

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