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52 Abril 2023 | AutoData MERCADO » PERFIL quinto colocado dentre todos os veículos de passeio no período, segundo números compilados pela Fenabrave, apesar de que boa parte das 72,6 mil unidades em- placadas tenha sido destinada a frotistas. “Diante de uma crise de escassez de se- micondutores você privilegiaria a produção do Gol ou do T-Cross?”, pergunta Kalume Neto, para concluir que a Volkswagen fez a escolha óbvia pelo SUV, que tem maior valor agregado e possibilita maior lucro. Comportamento semelhante foi ado- tado por vários outros fabricantes, o que explica não só o crescimento das vendas de SUVs como também do preço médio dos carros vendidos no País. De acordo com o executivo da Jato o segmento de hatches compactos propor- ciona menor retorno financeiro às monta - doras. Com lucro reduzido por unidade é preciso ter alto volume de vendas. Desta forma as montadoras optam por destinar as novas tecnologias, de maior custo, aos modelos mais caros, para não comprome- ter a já pequena margem de lucro gerada pelos carros de entrada. ESCALADA DE SUVS E PREÇOS Atualmente pelo menos três fabrican- tes generalistas, que tradicionalmente têm nos modelos menores seu maior volume de vendas, já vendem mais SUVs do que outros modelos. É o caso de Volkswagen, Nissan e Toyota. No exemplo da Volkswagen a saída de linha do Gol deixou, ao menos tempora- riamente, o caminho livre para o T-Cross, que no acumulado do primeiro trimestre do ano teve 14,2 mil unidades emplacadas, contra 14,1 mil unidades do hatch Polo. Ambos utilizam a mesma plataforma mo- dular MQB. Mas, enquanto a versão mais barata do Polo – a Track, que veio para substituir o Gol – custa R$ 82 mil 290, o T-Cross Sense, mais barato da linha, parte de R$ 116 mil 550, diferença de R$ 34 mil 260, ou 41,6%. Se na Volkswagen a disparidade de vendas do SUV e do hatch é pequena – e a desvantagemdo Polo pode ser revertida dependendo do aumento de participação da versão Track –, no caso da Nissan a dis- tância do SUVKicks, com 11,3 mil unidades no primeiro trimestre, é muito maior com relação ao sedã compacto Versa, com 1,4 mil emplacamentos. De acordo com o diretor de marke- ting e vendas da Nissan América do Sul, o chileno Humberto Gómez, o alto preço do aço e a inclusão de novas tecnologias adotadas para cumprir metas de emissões e legislação de segurança deixaram os carros do segmento B, hatches e sedãs compactos, “muito caros”, principalmente na época da pandemia. Estemovimento afastou consumidores que trafegavam na parte de baixo da pi- râmide do mercado brasileiro de veículos Divulgação/Toyota Divulgação/VW

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