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39 AutoData | Abril 2023 ver uma solução capaz de driblar os de- safios envolvidos na produção, no trans - porte e no armazenamento do hidrogênio verde. Considerando que todo posto de abastecimento do Brasil tem etanol, em vez de transportar o hidrogênio pode-se colocar esse reformador dentro do posto para produzir o gás localmente. Poucos anos atrás outra fabricante japonesa, a Nissan, conseguiu aproveitar esta infraestrutura em testes de campo no Brasil com uma van elétrica movida por células de combustível, injetando nelas hidrogênio extraído de etanol por meio de um reformador no veículo. Até onde se sabe os testes foram bem-sucedidos, mas nenhuma outra evolução foi divul- gada sobre o projeto. VIDA LONGA À COMBUSTÃO Cláudio Sahad observa que de tudo um pouco será utilizado na descarbo- nização das emissões do transporte no Brasil, mas em todos os cenários o mo- tor a combustão terá vida longa, seja ele combinado ou não com a eletrificação e biocombustíveis, principalmente na Áfri- ca, América Latina e alguns países da Ásia. “A transição para novas formas de pro- pulsão será mais lenta no Hemisfério Sul. Por esta razão a tecnologia flex nos per - mitirá enfrentar em melhores condições essa transição.” Até a Europa desistiu de abandonar completamente o motor a combustão a partir de 2035, como estava previsto. Pres- sionada pela Alemanha, que ameaçava não aderir ao plano europeu de transição energética focado somente nos elétricos, no fim de março a Comissão Europeia revisou o acordo, permitindo que carros equipados com propulsão a combustão interna sejam vendidos na Europa após a data limite, desde que abastecidos com e-fuels, combustíveis sintéticos livres de emissão de CO2. A decisão pode abrir brecha para que biocombustíves, também neutros em emissão de CO2, sejam usados nos motores a combustão, embora o assunto não seja, ainda, considerado pelos euro- peus, que apostam no e-fuel, criticado por ambientalistas por consumir mais energia na sua produção. Para Sahad este movimento na União Europeia “mostra que nossa proposta tem viabilidade enorme, seja porque osmotores flex poluem menos, ou seja pelo fato de que a transição para os elétricos puros vai demandar muito mais tempo para acon- tecer”. Mas o Brasil não tem tanto tempo para decidir que rumo vai tomar. Divulgação/Toyota

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