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38 Abril 2023 | AutoData INDÚSTRIA » ESTRATÉGIA desenvolvimento global: “Não somos contra nenhuma das rotas tecnológicas para descarbonização. Em virtude da diversidade de nossa matriz energética entendemos que há espaço para que todas elas sejam aplicadas no Brasil. A questão não é antagônica e estamos preparados para atender qualquer rota tecnológica que o País adote”. Todos os especialistas do setor pre- conizam que a rota ideal de descarboni- zação do transporte para o Brasil é, em primeiro lugar, o uso ainda maior de bio- combustíveis já disponíveis e amplamen- te distribuídos no País. Conforme pon- dera Sahad “no caso brasileiro deve-se considerar que há um parque industrial automotivo que já produz tecnologia lim- pa com os carros flex, que também pode ser exportada para algumas regiões do mundo, e não se pode abandonar o que há de bom e que nos trouxe até aqui”. Logo a sequência da solução mais promissora é a combinação do etanol com a eletrificação, por meio do desen - volvimento de veículos híbridos flex – a Toyota já produz dois modelos nacionais, Corolla e Corolla Cross, com powertrain importado do Japão, enquanto as maio- res montadoras instaladas aqui, como Stellantis e Volkswagen, desenvolvem carros híbridos flex que devem ser lan - çados dentro de um a dois anos. ELÉTRICO A HIDROGÊNIO DO ETANOL Ainda mais adiante, mas já com pes- quisas em andamento, o Brasil pode se tornar um desenvolvedor e produtor de carros elétricos alimentados por células de combustível a hidrogênio, gás abun- dante no planeta e que pode ser extraído do etanol por meio de um catalisador químico, a ser instalado no próprio veículo ou no posto de abastecimento. Sahad resume a vantagem deste ar- ranjo tecnológico que cairia como uma luva para a realidade brasileira: “Um carro elétrico tem, em média, de 500 a 600 quilos de baterias que acumulam ener- gia equivalente a 27 quilos de etanol. Se conseguirmos mover um motor elétrico, que é muito mais eficiente que o motor a combustão, sem o problema do peso das baterias, chegaríamos ao melhor dos dois mundos”. A tecnologia não é nova, já foi utili- zada nos foguetes da Nasa que foram à Lua nos anos 1960, mas até hoje não se encontrou viabilidade econômica para aplicar células de combustível em veí- culos. Muitas fabricantes desenvolveram projetos mas os colocaram em banho- -maria até que a necessidade de adoção fosse maior que o custo de fabricação. AToyota é das poucas que já vendem comercialmente um carro elétrico alimen- tado por hidrogênio, o Mirai. A empresa trouxe ao Brasil, no ano passado, ummo- delo para demonstração e vai emprestá- -lo para testes no projeto tocado em par- ceria por Shell Brasil, Raízen, Hytron, USP e o braço de inovação em biossintéticos e fibras do Senai, que tem como objetivo produzir hidrogênio renovável extraído do etanol. Além do Mirai o mesmo gás abastecerá três ônibus que circularão na Cidade Universitária da USP, no bairro do Butantã, em São Paulo. A ideia, ao fim do projeto, é desenvol - Divulgação/Volkswagen

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