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19 AutoData | Abril 2023 está na agenda de prioridades a tratar com o governo dentro das entidades setoriais que participaram do painel que abriu o seminário. Cláudio Sahad, pre - sidente do Sindipeças, destacou que a indústria automotiva perdeu 16 pontos porcentuais de participação no PIB in - dustrial brasileiro nos últimos trinta anos. Desde 2008 caiu 37%: tinha um peso de 16,8% e, em 2021, representou 10,3%. “É preciso recuperar a situação da indústria porque a cadeia automotiva gera empregos de qualidade superior”, lembrou Sahad. “Além disto a inovação é inerente aos nossos negócios. Precisamos aparar arestas macroeconômicas para eliminar os entraves da competitividade.” Mais do que a redução na participa - ção no PIB é fundamental reverter perda de espaço da indústria de alta e média tecnologia dentro da indústria de trans - formação no Brasil, conforme ressaltou José Velloso, presidente da Abimaq.: “Para isto é preciso adotar políticas corretas, de uma agenda de competitividade, refor - mas, como a tributária, e discutir o custo de capital para investimento e alavancar os negócios”. NOVA INDUSTRIALIZAÇÃO Josué Gomes da Silva, presidente da Fiesp, acrescentou que foram criadas situações hostis, como o excesso de tributação, que afeta a capacidade de investimento das empresas, e a alta taxa de juros: “A indústria de transformação não voltará a ser a locomotiva do crescimento nacional sem uma nova industrialização, que pressuponha uma integração às ca - deias de suprimentos, mais digitalizada, inovadora e de baixo carbono, com uma política industrial horizontal, juros com - patíveis e modernização tributária”. Já Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, chamou a atenção para uma re - alidade de sobrevivência em curto prazo. Destacou que o País precisa atrair investi - mentos baseado em coragem, ousadia e política de governo, e citou o México, país que reúne esses quesitos e atrai muitos investimentos: “Temos uma indústria de autopeças competitiva, temos um país com condições naturais e tecnológicas fantásticas e temos de estar inseridos nesta cadeia global. Preferimos exportar lítio ou temos interesse em ser um polo exportador de baterias elétricas?”

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