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» EDITORIAL AutoData | Março 2023 Diretor de Redação Leandro Alves Conselho Editorial Isidore Nahoum, Leandro Alves, Márcio Stéfani, Pedro Stéfani, Vicente Alessi, filho Redação Pedro Kutney, editor Colaboraram nesta edição Aline Feltrin, Rúbia Evangelinellis Projeto gráfico/arte Romeu Bassi Neto Fotografia DR e divulgação Capa Foto BELL KA PANG/Shutterstock Comercial e publicidade tel. PABX 11 3202 2727: André Martins, Luiz Giadas e Luiz Martins Assinaturas/atendimento ao cliente tel. PABX 11 3202 2727 Departamento administrativo e financeiro Isidore Nahoum, conselheiro, Thelma Melkunas, Hidelbrando C de Oliveira, Vanessa Vianna ISN 1415-7756 AutoData é publicação da AutoData Editora e Eventos Ltda., Av. Guido Caloi, 1000, bloco 5, 4º andar, sala 434, 05802-140, Jardim São Luís, São Paulo, SP, Brasil. É proibida a reprodução sem prévia autorização mas permitida a citação desde que identificada a fonte. Jornalista responsável Leandro Alves, MTb 30 411/SP autodata.com.br AutoDataEditora autodata-editora @autodataeditora Por Pedro Kutney, editor Começamos mal A s ambições da indústria automotiva neste 2023, já depreciadas por am- biente macroeconômico adverso ao crescimento, podem sofrer nova revisão para baixo, levando-se em conta o mau começo deste ano. Quase encerrado o primeiro quartil do exercício, o mercado segue empacado, rodando de lado e com viés de baixa. Como o primeiro trimestre de 2022 foi muito ruim, com fábricas paradas por falta de semicondutores emais clientes a aten- der do que carros a entregar, esperavam-se números bem mais vistosos no intervalo janeiro-março, já que omesmo período do ano passado registrou os piores resultados em mais de uma década. Pois era exata- mente nesta esperança, aparentemente já frustrada, que se baseavam as projeções de crescimento de meros 3% nas vendas de 2023, para algo em torno de 2,1 milhões deveículos – volume quase idêntico ao dos últimos três anos. O cenário, de fato, desautoriza previsões mais otimistas, mas parece estar aindamais abaixo o buraco aberto pela combinação nefasta de queda da renda, desemprego alto, inflação resistente acima de 5%, pre - ços dos carros elevados para níveis nunca antes testados, juros nas alturas, famílias endividadas e inadimplentes diante de crédito arrochado e muito caro, que não permitemais a acomodação das compras em suaves prestações – como mostra a reportagem principal desta AutoData . Naquele começo de 2022 essas coisas todas já estavampostas, mas não preocu- pavam tanto, pois havia mais demanda do que oferta, por falta de chips eletrônicos as fábricas não conseguiam produzir vo- lumes suficientes para atender todos os pedidos – e portanto a escassez de crédito não incomodava quem estava vendendo tudo que produzia por valores mais altos. Agora o problema é duplo, não só de oferta, mas também de demanda. Em- bora a escassez de componentes esteja mais administrável, algumas fábrica ainda precisam paralisar linhas de produção por falta de semicondutores, aomesmo tempo em que estão se tornando escassos os clientes com poder de compra, ou com renda e confiança suficientes para contrair o financiamento. As vendas à vista representammais de 60% dos negócios e superaram as finan - ciadas em proporção jamais vista – e que torna insustentável o crescimento domer- cado. Semcrédito dificilmente as vendas de veículos no País sairão do lugar e podem começar a se mover para rumo oposto ao desejado: para baixo.

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