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46 Março 2023 | AutoData INDÚSTRIA » HISTÓRIA Volkswagen deu início a uma reformulação total da linha de produtos na Europa, que chegou ao Brasil em 1974 com o início da produção nacional do Passat, o primeiro carro da marca com tração e motor na dianteira e arrefecimento a água, também o mais sofisticado da linha até então. O Passat e sua elegante silhueta cupê, ou fastback, desenhada pelo icônico Giorgetto Giugiaro, originou a virada de tecnologia e design da Volkswagen que serviu de base para o desenvolvimento de muitos outros modelos nacionais com mecânica similar. De 1974 a 1988 foram produzidos 897,8 mil Passat no Brasil e 221 mil deles foram exportados, a maior parte, 178 mil, para o Iraque, onde a versão quatro portas, com motor de 1.6 e acabamento interno na cor vinho, acabou dominando a cena das ruas do país. Com tecnologia atualizada em linha commercados internacionais o mo- delo abriu o caminho para transformar a Volkswagen no maior exportador de veí- culos do Brasil. Após exportações experimentais de poucas unidades para países vizinhos, iniciadas em 1970, no mesmo ano de lançamento do Passat a subsidiária bra- sileira ingressou no programa Befiex, do governo federal, com o compromisso de exportar US$ 100 milhões anuais pelos dez anos seguintes. Com este impulso os Volkswagen brasileiros desembarcaram na África e no Oriente Médio, enquanto componentes como caixas de câmbio e motores do Passat eram enviados para a própria Alemanha. Antes do fim da dé - cada a empresa já somava mais de 400 mil veículos exportados, gerando receitas superiores a US$ 1 bilhão. A rápida expansão das vendas externas também possibilitou o investimento na segunda fábrica da Volkswagen no País, em Taubaté, SP, que iniciou a operação, em 1976, produzindo peças para Fusca e Kombi fabricados em São Bernardo e já no ano seguinte incorporou a linha de montagem do Passat. LONGO DESMAME O desmame das boas vendas de Fusca e Kombi com seus velhos e ineficientes motores refrigerados a ar ainda demo- raria a acontecer. O Fusca foi produzido no Brasil até 1986, saiu de linha com a formação da Autolatina – associação da Volkswagen com a Ford no Brasil e na Argentina – e teve breve retorno amparado pela política do carro popular, de 1993 a 1996, e depois encerrou de vez sua longa história de quase quarenta anos no mer- cado brasileiro, somando 3,3 milhões de unidades produzidas. A Kombi foi ainda mais longe: liderou o segmento de utilitários leves por quase toda sua existência sexagenária no País e só saiu de linha teimosamente no fim de 2013, mas por força da legislação de emissões aposentou o motor boxer anos antes, em 2005, substituído por ummode- lo 1.4 flex refrigerado a água especialmente Do fracasso ao sucesso: o tosco 1600, primeiro projeto nacional, de 1967, teve vida curta, mas o Gol, de 1980, foi o carro brasileiro mais produzido, vendido e exportado de todos os tempos.

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