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38 Março 2023 | AutoData MERCADO » FINANCIAMENTOS adotadas medidas de incentivo ao con- sumo com redução de impostos e, prin- cipalmente, aumento da oferta de crédito. Na época o governo reduziu o IOF, im- posto sobre operações financeiras, para financiamentos e, ao mesmo tempo, li - berou parte dos depósitos compulsórios – que os bancos precisam reter como garantia no Banco Central –, o que irrigou o mercado com recursos para crédito. Em consequência as instituições reduziram juros e ampliaram os empréstimos para a compra de carros com prazos que, em alguns casos, chegavam a cem meses. Mas o cenário hoje é diferente. Para analistas uma possível decisão de reduzir o compulsório depende exclusivamente do BC, que desde 2021 tem independência 2,2 3,9 1,8 3,7 1,8 4,1 1,7 3,7 Declínio dos financiamantos de veículos Volumes de vendas financiadas em milhões de unidades Novos | Usados | Variação % 2019 - 2022 2019 2020 2021 2022 6,1 5,5 5,9 5,4 formal do Executivo federal commandato focado em frear a inflação – o que também significa arrefecer o consumo. JURO SEGUE ALTO Na opinião de Miguel José Ribeiro de Oliveira , diretor executivo da Anefac, As - sociação Nacional dos Executivos de Fi - nanças, Administração e Contabilidade, ainda que a equipe econômica do governo federal estude medidas para estimular o crédito e dar liquidez aos bancos não há espaço, nestemomento, para a redução de compulsórios por ser uma decisão contra- ditória ao plano de conter a inflação. “O Banco Central já poderia reduzir os juros, mas acredito que por ora vai manter inalterada a Selic, sob alegação de falta de uma política fiscal. Entendo que a partir de maio a taxa poderá cair e, assim, abrir mar - gem para baixar o compulsório também.” Com base na sua pesquisa que capta as taxas praticadas por trinta instituições financeiras a Anefac aponta uma trajetória de alta que se fortalece mês a mês: “Os juros cobrados para financiamento de veículos foi de 2,19% aomês em janeiro e tudo indica que houve pequena elevação em fevereiro. No primeiro mês de 2022, por exemplo, estava em 1,88%”, compara Oliveira. “Subiu poucomas em se tratando de financiamento de longo prazo e de alto valor tem impacto no bolso do consumidor. Temos atualmente amaior taxa desdemaio de 2017, quando estava em 2,2% ao mês”. O economista prevê a permanência do quadro de elevação da taxa e de crédito restrito enquanto foremmantidas incerte- zas econômicas e a vigência da política de juros elevados praticada pelo BancoCentral como forma de controlar a inflação: “Eu acredito que a Selic permanecerá alta neste ano, ainda que recue para 12,75% ou 12,5%”. RISCOS ELEVADOS Mesmo que a Selic caia ainda será in- suficiente para reduzir o custo do crédito bancário, do juro cobrado do consumidor, que também é alimentado pela elevação de riscos. Um deles, bastante conhecido do setor, são os custos judiciais para a Fonte: B3 (inclui veículos leves, pedados e motos) Divulgação/Anefac -5,1 % -22,7 % -11,5 %

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