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26 Março 2023 | AutoData PRODUÇÃO » VEÍCULOS DE CARGA mas em baixos volumes e com índices de nacionalização incipientes, que sofreram progressão geométrica após décadas de muitas políticas públicas de incentivo ao setor. Ao olhar para o retrovisor é possível enxergar muitas e variadas mudanças que transformaram o mercado de caminhões desde a década de 1950, mas quando se direciona o olhar para o futuro o que se enxerga são transformações ainda mais profundas e complexas que estão por vir. De qualquer maneira na visão de Gus- tavo Bonini, vice-presidente da Anfavea dedicado ao segmento de veículos pe- sados, o que não deve mudar no mer- cado brasileiro é o constante aumento da demanda por transporte rodoviário de cargas, que continuará a ter grande repre- sentatividade e ser um dos setores mais pujantes da economia nacional, puxado principalmente pelo agronegócio, que registra safras recordes ano após ano e precisa de cada vez mais caminhões para escoar seus produtos. “Podemos arriscar que vamos chegar à marca de 10 milhões de caminhões pro- duzidos muito mais rápido do que para alcançar os 5milhões. Talvez emumpouco mais de duas décadas.” Bonini relembra a força que a indústria sempre teve para se manter competitiva diante dos mercados mais desenvolvidos, o que será essencial também no futu- ro: “Nossos caminhões evoluíram muito nas últimas décadas após a criação do Proconve que tornou os motores menos poluentes, e com o avanço da tecnologia embarcada para a eficiência do transpor - te, para segurança e para o conforto do motorista”. ALTERNATIVAS PLURAIS Os sistemas mais limpos de propulsão deverão ser o grande divisor de águas para esta indústria que, até então, limitava-se ao desenvolvimento e atualização tec- nológica do motor diesel. As novas tec - nologias poderão até ajudar a aumentar os volumes de produção nos próximos anos, desde que continuem a oferecer o que o transportador mais busca: eficiência e economia de custos. As diversas realidades de transporte de cargas existentes no Brasil, com suas dimensões continentais e regiões díspares em infraestrutura, farão comque seja mui- to mais plural a oferta de tecnologias para reduzir emissões. Ou seja: não haverá uma única tecnologia de propulsão nem um único combustível renovável para substituir o diesel, mas um leque de alternativas que deverá conviver ao mesmo tempo. E ao que tudo indica o motor a combus- tão seguirá por alguns anos dominando o transporte de cargas, especialmente em rotas de longo curso, para as quais a ele- trificação ainda não é uma solução viável. Divulgação/Iveco Divulgação/Scania

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