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16 FROM THE TOP » EVANDRO GUSSI, UNICA Março 2023 | AutoData O segundo ciclo do Rota 2030 deve es- tabelecer novas metas de descarboni- zação e eficiência energética de 2022 a 2026. A Unica participa ou contribui de alguma forma destas discussões? Na nova fase do Rota 2030 existe a opor- tunidade de avançar nas medições de emissões para investir nas melhores soluções. Hoje o programa baseia suas metas nas emissões do tanque à roda, mas já rastreamos com elevado grau de segurança toda a cadeia energética, do poço à roda, quando se considera todo o ciclo desde a produção, distribuição até a utilização de qualquer combustível. Estamos discutindo os conceitos para que esta medição seja regulamentada para garantir a melhor eficiência am - biental possível com o menor nível de burocracia ou de risco regulatório. Há poucos anos houve aumento do inte- resse de alguns países emusar o etanol combustível. A Índia, por exemplo, tem planos de elevar o uso do biocombus- tível como mistura na gasolina e em veículos flex. Como a Unica participa deste processo? Há outros países inte- ressados? AUnica temparticipado ativamente des- te processo. Não só apoia o incremento do consumo como também contribui para que países possam produzir o seu próprio biocombustível. A Índia é um exemplo interessante: há quatro anos começamos a trabalhar comos indianos, que já misturam 10% de etanol na gaso- lina em todo o país, cinco meses antes do previsto, e algumas semanas atrás foram inaugurados os primeiros postos que oferecem mistura de 20%. Partici- pamos em janeiro do estande do Brasil as apostas nos biocombustíveis sem deixar de explorar as oportunidades de outras rotas. O que temos discutido é esta complementariedade. Ninguém da Unica fará qualquer tentativa de barrar as rotas elétricas, elas são bem-vindas. O que não pode, nem para o etanol, nem para eletrificação, é o favoreci - mento com benefícios desnecessários. O Brasil não tem por que desprezar um energético de baixo carbono do qual já se conhece todo o processo produtivo, de distribuição e utilização. Uma crítica ao etanol é sua eficiência energética menor: gasta-se em média 70% de gasolina para rodar a mesma distância com etanol... A eficiência do etanol já é bemmaior. Fiz um teste recente no meu carro, enchi dois tanques de gasolina, para tirar uma boa média de consumo, agora estou no segundo tanque de etanol, e descobri uma eficiência comparativa superior a 78%. Um estudo do Instituto Mauá mos- trou que isto não está acontecendo só nomeu carro, já há muitos modelos com eficiência de 75% ou mais. “ A capacidade de resposta do setor para aumentar a produção de etanol é imediata quando existem condições de mercado e previsibilidade regulatória para fazer os investimentos necessários.”

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