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» EDITORIAL AutoData | Fevereiro 2023 Diretor de Redação Leandro Alves Conselho Editorial Isidore Nahoum, Leandro Alves, Márcio Stéfani, Pedro Stéfani, Vicente Alessi, filho Redação Pedro Kutney, editor Colaboraram nesta edição André Barros Projeto gráfico/arte Romeu Bassi Neto Fotografia Christian Castanho (colaboração), DR e divulgação Capa Foto Divulgação Comercial e publicidade tel. PABX 11 3202 2727: André Martins, Luiz Giadas e Luiz Martins Assinaturas/atendimento ao cliente tel. PABX 11 3202 2727 Departamento administrativo e financeiro Isidore Nahoum, conselheiro, Thelma Melkunas, Hidelbrando C de Oliveira, Vanessa Vianna ISN 1415-7756 AutoData é publicação da AutoData Editora e Eventos Ltda., Av. Guido Caloi, 1000, bloco 5, 4º andar, sala 434, 05802-140, Jardim São Luís, São Paulo, SP, Brasil. É proibida a reprodução sem prévia autorização mas permitida a citação desde que identificada a fonte. Jornalista responsável Leandro Alves, MTb 30 411/SP autodata.com.br AutoDataEditora autodata-editora @autodataeditora Por Pedro Kutney, editor Duas comemorações, dois lamentos A primeira edição de AutoData deste 2023 temduas comemorações e dois lamentos. No cenário comemorati- vo lembramos que há exatos dez anos o mercado brasileiro de veículos viveu seu melhor momento, chegando ao fim de 2012 com 3,8 milhões de veículos ven- didos, com pleno emprego e renda em crescimento, o que classificava o Brasil na posição de quarto maior mercado do mundo e credenciava o País, segundo 100% dos analistas, a logo superar a marca de 4 milhões de emplacamentos e rumar para mais de 4,5 milhões antes do fim da - quela década. Ledo engano. A destrui- ção da economia pela política cobrou seu preço, as vendas entraram em declínio, ensaiaram nova ascensão e despencaram a sofridos 2 milhões no pós-pandemia. O lamentável desta história é que nin- guém mais imagina que o Brasil possa voltar ao patamar de 4 milhões de veículos vendidos por ano. Este número está fora das projeções desta década e a maioria das consultorias estima que a barreira dos 3 milhões só voltará a ser rompida por volta de 2030. Os carros nacionais melhoraram, é verdade, mas ao custo de se tornarem bens inalcançáveis para mais de 90% da população. Enquanto os preços sobem aos céus e a renda cai aos pântanos o mercado brasileiro não sai tão cedo do atual inferno astral. Outro fato a comemorar é o marco his- tórico de 40 milhões de veículos flex fuel vendidos, o equivalente a 81% dos auto- móveis e utilitários leves emplacados no País nos últimos vinte anos, desde o lança- mento do primeiro modelo bicombustível etanol-gasolina, em 2003. A tecnologia pode ser considerada a maior das inova- ções já boladas pela engenharia nacional, impulsionou o mercado e deu ao Brasil a frota mais limpa em emissões do mundo. E o que há a lamentar nisto? É o fato de usar 100% de etanol ser a escolha de menos de um terço dos proprietários de carros flex, porque o preço da gasolina é mais compensador. Existe aqui tecnologia pronta e barata para descarbonizar as emis- sões dos veículos, mas não há estímulos para utilizar todos este potencial ambiental. Coisas do Brasil, que comemora e lamenta.

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