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15 AutoData | Fevereiro 2023 podemos escolher uma rota única. Já existe no Brasil montadora produzindo veículos híbridos, mas temos também os híbridos plug-in [importados] e lá fora fabricantes estão desenvolvendo células de combustível e o hidrogênio é outra vertente que está entrando no Brasil, já temos planta de produção no Nordeste. Então os veículos 48 V não são uma rota exclusiva, cadamontadora temumvasto campo de tecnologias que podem ser usadas para reduzir emissões. O que a AEA defende é o investimento na des- carbonização e para isto podemos com- binar muitas alternativas, temos aqui ve- ículos pesados a gás natural e modelos elétricos de ônibus urbanos e caminhões de entregas nas cidades. O Brasil não vai se eletrificar nas mesmas proporções de outros países, que diferentemente de nós não têm a mesma matriz energética diversificada, que dá visibilidade ao País e a cria a possibilidade de aumentar ex- portações de componentes e motores. Será necessário construir legislação específica para incentivar ou orientar a produção de veículos híbridos e elétri - cos no País? Não acreditamos que o governo brasi- leiro vá incentivar, por meio de tributa- ção, o uso deste tipo de veículo, como acontece com alguns países europeus. São veículos [destinados] para certos segmentos. Temos uma frota demais de 40 milhões de veículos a combustão no Brasil e não se troca isso tão rápido. O modelo elétrico é complementar e não vai competir comveículos diesel ou otto. Então não é necessário incentivo para isto, mas também não pode ter penali- zação, porque precisamos formar uma massamaior de eletrificados no País para poder dar viabilidade à produção nacio- nal. Mas é preciso lembrar que veículos a combustão ainda têmvida longa aqui, pois temos o etanol e os carros flex, que lá fora ainda não existem. Mais de 80% das vendas de veículos no País são de modelos flex fuel, mas a maioria só abastece comgasolina. OPaís deveria dar mais estímulos ao etanol? Isso ocorre porque hoje não é compe- titivo abastecer o carro com etanol, o preço não compensa. Mas quando se fala em descarbonizar as emissões o certo é incentivar o uso do etanol. Como isto pode ser feito? Ainda não sabemos. É necessário tambémconsiderar a ques- tão da capacidade de produção do bio- combustível para abastecer o País, o consumidor não pode ficar na mão. Já sabemos, temos muitos estudos sobre isto, que o etanol é mais limpo. Basta então a vontade do governo em incen- tivar o uso deste combustível. “ Existem várias vias para reduzir emissões, não podemos escolher uma só. O que a AEA defende é o investimento na descarbonização e para isto podemos combinar muitas alternativas, como etanol, elétricos, híbridos, hidrogênio e outras.”

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