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64 Dezembro 2022 | AutoData INDÚSTRIA » DESENVOLVIMENTO participação no recolhimento de ICMS do Estado – e despesas de R$ 337,3 milhões. A arrecadação de ICMS de Pernambu - co evidencia a forte contribuição do polo automotivo para a economia do Estado. Apesar dos generosos descontos tributá - rios oferecidos pelo governo estadual às empresas – no caso da Stellantis é cobra - do apenas 5% do ICMS devido – de 2015 a 2021 o recolhimento do imposto estadual arrecadado do setor cresceu 28,4% ao ano, de R$ 204 milhões para R$ 917 milhões. “Mesmo comdescontode95%a Stellan - tis é sempre uma das trêsmaiores pagado - ras de ICMS do Estado”, endossa Roberto Almeida, da Adepe, “o que comprova o acerto na concessão dos benefícios.” TRANSFORMAÇÃO SOCIAL O crescimento econômico, trazido por mais empregos qualificados e aumento exponencial da arrecadação dos muni - cípios sob influência do polo automotivo, impulsiona todas as atividades e é trans - mitido aos indicadores sociais, com me- lhoria da qualidade de vida da população de várias cidades. A abertura de vagas de emprego que exigemmelhor qualificação, e são mais bem remuneradas, abriu pers - pectivas de evolução profissional antes inexistentes nessas regiões. Esta evolução é refletida nos crescen - tes níveis educacionais na região. Dados consolidados pela Ceplan demonstram que, nos dez municípios sob influência da Stellantis, nos últimos dez anos houve au - mento nas taxas de aprovação, que passam dos 90% no ensino fundamental e médio, com substancial redução da evasão esco - lar, cujo índice em2010 chegava a 6%, caso de Goiana, e baixou em 2021 para menos de 1% em quase todas essas cidades – foi zerado no ensino médio de Goiana. Filha de mãe lavadeira e pai fotógrafo em uma família de oito irmãos Elisabeth Henrique deMelo é umexemplo humano de transformação social patrocinada pela Stellantis. Ela era balconista de uma padaria emRecife, PE, e perdia, todos os dias, seis horas no transporte público para ir e voltar do trabalho. “Não tive muitas oportunidades. Quan - do a fábrica da Jeep chegou me inscrevi no processo seletivo semmuita esperança. Mas em 2016 fui contratada como auxiliar de produção. Nem sabia como se fazia um carro e nem tinha habilitação”, relata Elizabeth, aos 40 anos emãe de três filhos. “Aprendi tudo aqui. Hoje sou líder na linha de montagem final, tirei a carteira de habi - litação e estou terminando a faculdade de administração de empresas: sou a primeira da família com curso superior.” Assimcomo a de Elisabeth é crescente a procura por formação em cursos supe - riores, que vêm sendo alimentados por programas de parcerias da Stellantis com universidades federais de Pernambuco e da vizinha Paraíba, envolvendo UFPE, UFRPE, UFPB e UFCG. De 2015 a 2022 a empresa já investiu cerca de R$ 8 milhões em iniciativas de extensão profissional e desenvolvimento tecnológico para o setor automotivo – a maior parte dos recursos já aplicados, R$ 6,6 milhões, foi para a insta - lação do Laboratório de InovaçãoVeicular da UFPE em Recife. Em Belo Jardim a Moura investe anual - mente cerca de R$ 2 milhões em projetos de educação, como o patrocínio de cur - sos técnicos para filhos de funcionários, programas de estágio com oferta de resi - dência em repúblicas na cidade, captação de novos talentos e transformação de escolas municipais em integrais. O Insti - tuto Conceição Moura desenvolve mais de cinquenta projetos de transformação social no município, com atuação desde a primeira infância até a capacitação de jovens para o mercado de trabalho. De 2017 a 2022 o instituto investiu R$ 20 mi - lhões em seus programas. Assim o mais novo polo automotivo do País evolue fazendo jus aos incentivos que recebe. Conforme conclui o relatoria da Ceplan “os resultados revelados reafirmam a importância de políticas de estímulo a iniciativas estruturantes e de potencial transformador das realidades regionais”. De fato, transformação é o que não faltou nas cidades automotivas de Pernambuco em menos de uma década.

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